[dropcap]O[/dropcap] mês de agosto, principalmente, caracteriza-se pela época de queimadas, prática comum nas propriedades rurais de Santa Catarina, com a prática da queima de campo. Aliado a isso está o tempo seco dos últimos dias, o que acaba potencializando o aumento do número de ocorrências, pois o solo e a vegetação ficam cada vez mais secas, o que facilita a propagação dos focos de incêndio.
A queima de campo é método é tradicional para renovação de pastagens, mas só é permitida com licença ambiental expedida pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). Este órgão trabalha em conjunto com a Polícia Militar Ambiental (PMA), que realiza a fiscalização das áreas.
O capitão Marco Antonio Marafon Junior, comandante da PMA em Lages, destaca que, durante as queimadas, os cuidados são essenciais, pois evitam que o fogo se alastre e cause transtornos. Segundo ele, a prática sem autorização se enquadra no rol de crimes ambientais. Trata-se de uma “infração punível com multa de R$ 1 mil por hectare ou fração, e tanto a PMA quanto o IMA podem realizar a autuação”, enfatiza o oficial.
Ele alerta que o procedimento requer cuidados para evitar incidentes. A direção do vento é um fator importante. Em dias de temperatura muito elevada, a prática deve ser evitada. E, também, é necessário avisar a vizinhança com três dias de antecedência, informando a hora, dia e local do início da queimada.
O aceiro, que é a abertura da vegetação ao redor, precisa ter largura suficiente para evitar a propagação do fogo para áreas não mapeadas e deve ser mantido sem vegetação rasteira. Todo o processo deve ser realizado por pessoal treinado e capacitado.
Pedidos de autorização
Quem tem interesse em realizar a queimada controlada deve procurar o IMA. Junto ao órgão, a pessoa precisa fazer um cadastro, apresentando uma série de documentação. Além disso, o interessado recebe instruções sobre como proceder a queima, cuidados e precauções com a vegetação e vizinhança e quais as condições climáticas para a realização e o uso de recursos humanos treinados.
De acordo com o coordenador Regional do IMA em Lages, Fernando Araldi Sommariva, uma média de 400 pedidos e autorizações de queima controlada são emitidas por ano, nos 18 municípios da Serra Catarinense.
“É nos meses de julho, agosto e meados de setembro que ocorre o maior volume de solicitações, especialmente porque a vegetação está seca em função do inverno. Ao longo do ano, pode ocorrer solicitações, mas em número bastante pequeno, e que não se referem à queima de campo, e sim de outros tipos, como restos de lavouras, por exemplo”, explica Fernando.