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Na manhã desta quarta-feira (04), o auditório do tribunal do Júri do Fórum de São Joaquim foi palco de uma audiência pública crucial que discutiu o potencial de impacto do plantio de pinus no turismo, particularmente no Vale do Caminhos da Neve. Esta região, conhecida por registrar mais de 150 geadas por ano, enfrentaria sérios desafios caso o plantio de pinus fosse autorizado.

A audiência foi organizada pelo Ministério Público de Santa Catarina, liderada pela Promotora de Justiça Daianny Cristine Silva Azevedo Pereira, que, junto com sua equipe, reuniu uma ampla gama de participantes. Isso incluiu representantes da Klabin S/A, membros da indústria do turismo de toda a Serra Catarinense, entidades, órgãos públicos e indivíduos preocupados com os impactos negativos potenciais do plantio de pinus na região.

Luiz Carlos do Amaral, chefe da Agência do Casan de São Joaquim, foi o proponente da Notícia de Fato ao MPSC, que resultou na ação civil pública para debater o assunto. Ele expressou preocupações com a falta de regulamentação para o plantio e a necessidade de definir áreas adequadas para essa atividade. “Precisamos discutir como essas atividades econômicas podem ser desenvolvidas sem deficiências no ecossistema e no meio ambiente”, enfatizou.

Representantes da Klabin S/A também apresentaram audiência e relataram os esforços da empresa, enfatizando seu compromisso com a preservação do Vale do Caminhos da Neve. Henrique Luvison, gerente de responsabilidade ambiental da Klabin, destacou que a empresa está ciente da importância da região e está empenhada em preservar sua beleza cênica. “Estamos comprometidos em proteger a área, e desde agosto de 2022, a área está disponível para imagens”, ressaltou.

Órgãos da Serra Catarinense também participaram da audiência, alertando sobre o potencial retrocesso no turismo local se o plantio de pinus for permitido. Ana Vieira, gerente de Turismo da AMURES, enfatizou a importância de discutir essas questões e buscar um equilíbrio entre as atividades econômicas e a preservação ambiental. “A preservação é fundamental, precisamos de regulamentações que priorizem o turismo”, destacou Ana.

A Promotora de Justiça Daianny Cristine Silva Azevedo Pereira expressou sua satisfação com os resultados da audiência, enfatizando a importância de ouvir a população diretamente afetada pelo turismo no Caminhos da Neve. “Obtivemos o compromisso da Klabin S/A em preservar uma área, e agora o MPSC trabalhará para formalizar esse compromisso por meio de um termo de ajuste de conduta e exigência de estudos técnicos para a delimitação e preservação da região”, afirmou.

Agora, aguardamos os desdobramentos dessa ação, com a esperança de que o Vale do Caminhos da Neve possa ser preservado para as gerações futuras e continue a ser um tesouro natural de São Joaquim.