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Especialistas, produtores e autoridades se reuniram na noite desta quarta-feira (25) na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para debater o potencial de crescimento do mercado de vinhos de Santa Catarina, bem como destacar os principais problemas ou entraves que prejudicam o crescimento do setor, como a infraestrutura e o “descaminho”. O encontro da Comissão de Relacionamento Institucional, das Relações Internacionais e do Mercosul aconteceu na Sala de Reuniões das Comissões e foi conduzido pelo deputado Carlos Humberto (PL).

O deputado convidou para participar e comandar a reunião o presidente da Vinhos de Altitude Produtores e Associados, Diego Censi. Produtor de uvas e vinhos de altitude, Censi apresentou brevemente a Associação e pontuou os principais desafios para os produtores de vinho.

“O desenvolvimento do nosso turismo na Serra é crescente, o consumo do vinho no Brasil aumentou muito e isso mostra que temos um grande caminho pela frente. Mas para que continue numa crescente, precisamos do apoio do Estado na infraestrutura, para melhorar as estradas de acesso às vinícolas, até porque algumas estão fechadas por conta de obras não finalizadas”, destacou.

Censi ressaltou ainda que as vinícolas já estão fazendo sua parte em relação à ampliação das atividades: “A maioria das vinícolas estão aptas a receber os turistas de uma forma atrativa, com jantares, degustações, piqueniques, entre outras atividades. Mas agora precisamos do apoio do Estado para avançar neste outro ponto, que é o deslocamento dos turistas até as vinícolas”.

No segundo ponto de debate, o descaminho, o presidente da Associação afirmou que esse é um assunto delicado no mundo, pois as fronteiras acabam permitindo a concorrência desleal com o produtor local. “Em Santa Catarina temos uma entrada muito grande nas fronteiras com a Argentina e com o Paraguai, onde produtos entram de forma ilegal. Muitas vezes as pessoas não compreendem, mas é preciso entender que esse produto pode ser falsificado e, além disso, temos o vinho importado de forma fraudulenta, que também causa uma concorrência desleal com os produtores daqui”, explicou.

O Superintendente Federal do Ministério da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Flúvio Neto, que também se fez presente na reunião, comentou sobre o trabalho que vem sendo feito nas fronteiras. “Estamos trabalhando forte no ‘vigiagro’, que nada mais é do que o monitoramento nas fronteiras, com inteligência e parceria com a Polícia Federal e outros órgãos, para combater o ‘descaminho’ e já está surtindo efeito”, afirmou.

No fim do debate, o deputado Pedro Silvestre, o Pedrão (Progressistas), sugeriu a criação de uma Moção de apoio ao setor para ser encaminhada ao Governo Federal.

Além dos deputados Carlos Humberto e Pedrão, também estiveram presentes o deputado Mário Motta (PSD) e o atual conselheiro e presidente do Tribunal de Contas, Wilson Wan-Dall.