Neste período do ano, a região Serrana de Santa Catarina enfrenta sérios desafios devido às queimadas, que causam danos significativos à rede elétrica e colocam em risco a segurança da população e da fauna local. Segundo a gerente da Agência Regional de Lages (Arlag) da Celesc, Vanessa Salvati, as queimadas de vegetação rasteira destroem postes, interrompem o fornecimento de energia para centenas ou até milhares de consumidores e exigem uma mobilização emergencial das equipes de manutenção pesada, que muitas vezes estão engajadas em serviços programados em áreas distantes.
Vanessa explica que os principais danos à rede elétrica incluem a queima de postes, aquecimento dos condutores e conexões devido ao calor, o que pode levar a rompimentos futuros dos cabos ou ao acionamento de chaves de proteção. “Esses problemas, além de prolongarem o tempo de interrupção do fornecimento de energia, também exigem a troca de isoladores e cruzetas”, acrescenta a gerente.
Os municípios mais afetados por eventos desse tipo são São Joaquim, Urupema, Bom Retiro e Urubici. O período crítico para as queimadas ocorre entre julho e setembro, quando há menor índice de chuvas, e proprietários rurais frequentemente realizam queimadas para renovação de pastagens.
Neste ano, um único incidente em São Joaquim afetou 3.109 unidades consumidoras. Foram mais de sete horas para restabelecer o serviço, que exigiu a substituição de três postes, cruzetas e isoladores.
Prevenção e ressarcimento
De acordo com Vanessa, a ação mais contundente para evitar esses riscos e danos seria não fazer as queimadas para “limpeza” dos campos. “Ainda assim, se forem realizar, podem utilizar aceiros como técnica de mitigação”, explica.
Os aceiros, quando realizados de maneira correta podem evitar a queima dos postes. Para isso, o raio (distâncias) de área raspada deve ser calculada em função da altura da vegetação a ser queimada. De maneira alguma o proprietário deverá escavar ou retirar material do solo que sustenta o poste, para que não abale sua estrutura de sustentação.
Vanessa ressalta a importância de outras medidas preventivas: “Também é crucial que a população apague bitucas de cigarro antes de descartá-las, evite acumular restos de podas perto de estradas e não acenda fogueiras próximas à vegetação”, ressalta.
Buscando ressarcimento pelos prejuízos causados, a Celesc toma medidas legais contra queimadas irregulares. “Identificamos o proprietário responsável, registramos um boletim de ocorrência e buscamos a compensação financeira conforme as normativas vigentes”, informa a gerente.
Vanessa ressalta que é crucial a colaboração de todos para evitar maiores prejuízos e danos para a Celesc e para a população como um todo. “É fundamental que todos colaborem para evitar incêndios e proteger a infraestrutura elétrica, garantindo segurança e continuidade do fornecimento de energia na região”, frisa.