Estava localizada no centro da cidade, o prédio, feito com pedras cortadas manualmente e unidas com argamassa, abrigava não apenas as celas de detenção, mas também a Delegacia de Polícia, funcionando como símbolo da ordem e da justiça local em tempos passados.
O edifício compunha-se de três celas comuns, uma cela solitária e uma sala com janelas envidraçadas onde funcionava a Delegacia. As demais janelas eram reforçadas com grossos varões de ferro, garantindo a segurança da estrutura. A única porta de entrada, posicionada na fachada principal, era acessada por uma escada de cinco degraus — segundo relatos dos mais antigos, esses degraus seriam uma alusão simbólica ao quinto mandamento da Lei de Deus: “Não matar”. Um detalhe curioso que revelava como a fé e os valores religiosos estavam entrelaçados com o sistema de justiça da época.
A Cadeia Pública foi palco de inúmeros episódios marcantes da vida joaquinense e teve à frente de sua administração diversos delegados que se destacaram ao longo das décadas. Entre os nomes lembrados pela comunidade estão o Tenente Colônia, Tenente Nicolau Carlos de Souza, Edmundo Goulart, Darci Vieira, Hugo Citton, Germano Hugen, Ari de Bem, Heitor Pereira, Oscar Luciano da Silva, Luciano Goulart, Antônio Paulo Remor, Ari Vieira Rodrigues, entre outros. Homens que, com seus estilos e contextos próprios, marcaram o exercício da autoridade policial em São Joaquim.
Resgatar a memória desse espaço é preservar uma parte fundamental da identidade joaquinense, lembrando que, por trás das pedras frias e dos varões de ferro, existiam histórias, desafios e o pulsar de uma comunidade em formação.