08/10/2025 11h39 ⟳ Atualizada em 08/10/2025 às 11h39
Na madrugada desta terça-feira (8), os ventiladores anti-geada voltaram a ser utilizados em pomares de maçã em São Joaquim, na Serra Catarinense. O acionamento dos equipamentos ocorreu diante da forte queda de temperatura registrada na região, com termômetros marcando valores negativos em vários pontos do município.
Os produtores ligaram as torres de ventilação ainda durante a madrugada, quando os sensores indicaram risco de formação de geada. O sistema, também conhecido como wind machine, tem a função de movimentar o ar quente das camadas mais altas da atmosfera, impedindo que o ar frio se concentre próximo ao solo e cause danos às flores e frutos das macieiras.
O uso dessa tecnologia, que já é comum em países como Estados Unidos e Nova Zelândia, vem ganhando espaço nos pomares de São Joaquim. Com geadas registradas em 95 dias de 2025 até o início de outubro, os produtores buscam alternativas para proteger as lavouras e reduzir as perdas em uma das principais atividades econômicas do município.
Segundo técnicos da Epagri, o acionamento dos ventiladores é mais eficaz em noites de geada radiativa, quando o frio se acumula nas camadas mais baixas da atmosfera e o ar superior se mantém mais quente. O movimento gerado pelas hélices, que chegam a cobrir até nove hectares por equipamento, redistribui a temperatura e evita que as flores congelem.
Em algumas propriedades, os ventiladores foram utilizados em conjunto com o sistema de irrigação por aspersão, que também ajuda a proteger as plantas. O resultado foi considerado positivo pelos produtores, que observaram menor incidência de danos nos pomares.
A adoção dos ventiladores anti-geada representa um avanço tecnológico importante para a fruticultura da Serra Catarinense. Em São Joaquim, onde o frio é um símbolo e um desafio, cada inovação faz diferença para garantir a qualidade e a continuidade da produção da maçã, que é referência nacional.