30/11/2025 21h27 ⟳ Atualizada em 30/11/2025 às 21h27

Lages enfrentou momentos de grande tensão no final da tarde deste domingo (30), quando uma forte tempestade atingiu a cidade com ventos intensos, chuva volumosa e queda de granizo. O fenômeno provocou estragos generalizados em vários bairros, principalmente na região central, deixando ruas interditadas, casas destelhadas e uma série de danos à infraestrutura pública e privada.
A força do vento surpreendeu moradores e levantou especulações sobre a intensidade do evento climático. Comentários apontam para a possibilidade de uma microexplosão ou até mesmo um tornado de categoria F1, hipótese que ainda será analisada por meteorologistas, incluindo o especialista Piter Scheuer.
Estragos em hospitais, comércio e instituições

Os danos se espalharam rapidamente por áreas estratégicas da cidade:
Hospitais:
O Hospital Nossa Senhora dos Prazeres (HNSP) foi um dos mais afetados, com danos no telhado em diferentes pontos. Felizmente, nenhum paciente precisou ser transferido. Já o Hospital Tereza Ramos e a UPA registraram apenas goteiras pontuais, sem danos maiores.
Convento São José (Conventinho):
O local foi severamente atingido. A missa teve de ser cancelada e quatro pessoas ficaram feridas. Uma delas recebeu atendimento hospitalar após ser atingida por estilhaços de vidro e um pedaço de ferro.
Comércio e escolas:
Na Rua Marechal Floriano, uma residência ficou parcialmente destelhada. Tapumes próximos ao Hotel Le Canard foram derrubados, a placa do Colégio Bom Jesus sofreu danos e uma árvore atingiu a Farmácia Básica Central, agravando ainda mais a situação no Centro.
Energia e trânsito comprometidos

A rede elétrica sofreu impactos consideráveis. Mais de 9.600 unidades consumidoras ficaram sem energia, sendo 5.600 somente no Centro. O fornecimento foi restabelecido após cerca de duas horas e meia, mas muitos pontos continuam em avaliação. Segundo a gerente regional da Celesc, Angela Reche, equipes de reforço percorrem diversos trechos da cidade, mas não há previsão para a normalização completa, devido à extensão dos danos.
O trânsito também foi afetado. Semáforos foram destruídos e precisarão ser substituídos, inclusive os postes que os sustentavam. Mesmo após o retorno da energia, muitos equipamentos seguem intermitentes. A Diretran e equipes de manutenção trabalham desde as 18h.
A Avenida Santa Catarina registrou alagamentos e várias placas de sinalização no Centro foram arrancadas pelo vento.
Ação dos Bombeiros e apoio aos moradores
Por volta das 18h15, logo após o vendaval, o Corpo de Bombeiros iniciou uma série de atendimentos. A guarnição do ABTR 130 foi acionada para a Avenida Belisário Ramos, onde três árvores de médio porte caíram e bloquearam completamente a via em diferentes trechos, próximos à Rua Frei Gabriel, à Avenida Brasil e em frente ao Fórum.
O trabalho de corte e remoção levou cerca de duas horas. Outra queda de árvore foi registrada na Rua Ceará, esquina com a Rua Amapá, no bairro São Cristóvão.
Além das obstruções, várias residências sofreram destelhamentos e alagamentos. Moradores do Centro e do São Cristóvão receberam lonas para cobrir as casas e reduzir os prejuízos imediatos.
Cidade contabiliza prejuízos e aguarda confirmação técnica
Após o temporal, Lages amanhece avaliando os danos e tentando retomar a normalidade. Equipes de atendimento seguem mobilizadas, e a Defesa Civil monitora pontos críticos da cidade.
A confirmação oficial sobre o tipo e a intensidade do fenômeno deve ser divulgada nas próximas horas por órgãos meteorológicos. Enquanto isso, autoridades pedem que a população evite áreas com fios expostos, árvores danificadas e estruturas instáveis.
A cidade ainda digere o susto, mas o trabalho de reconstrução já começou.

