[dropcap]P[/dropcap]ara fazer a ligação asfáltica entre Urubici e Grão Pará, a rodovia SC-370 precisa ser pavimentada num trecho de 10 quilômetros, justamente o que passa pela Serra do Corvo Branco.
O problema é que as obras pararam em 2015, um novo projeto seria apresentado em março, mas agora, sem explicações, a data mudou para agosto. Depois, a obra ainda precisa ser licitada. Ou seja, não há previsão para a sua retomada.
Enquanto isso, os motoristas têm de conviver com o descaso e abandono. Em alguns trechos a serra está intransitável, principalmente para veículos de carga. O projeto prevê o asfaltamento de cerca de 10 quilômetros e estava orçado em R$ 36 milhões.
O consórcio que venceu a licitação abandonou os trabalhos em 2015 alegando problemas no projeto, desde então, nunca as obras foram retomadas, situação essa que deixa os moradores indignados.
“Estamos mobilizados e vamos para cima do Governo do Estado”, comenta Márcio de Bona Mendes, empresário de cidade de Grão Pará e um dos líderes do movimento pela conclusão das obras da rodovia.
Márcio afirma que os moradores não vão dar trégua, em relação às cobranças, para que as obras sejam retomadas. No próximo dia 26, às 19h, haverá uma audiência pública, em Grão Pará, para cobrar providências do governo. Os moradores fizeram um abaixo assinado cobrando o asfaltamento do trecho.
A Serra do Corvo Branco liga a Serra Catarinense e litoral do estado, sendo uma importante rota turística. Além disso, serve para o escoamento da produção de hortaliças, frutas, entre outros produtos, sendo o caminho mais curto até o Litoral.
Dificuldade
Urubici é um dos maiores produtores de hortaliças e frutas do estado. Parte da produção é comercializada na região de Braço do Norte. Pela Serra do Corvo Branco o trajeto é de 60 quilômetros. Como ela não oferece condições de tráfego, a alternativa é voltar para Urubici, seguir até São Joaquim e depois Bom Jardim da Serra.
Descer pela Serra do Rio do Rastro, passar por Lauro Müller, Orleans, São Ludgero e finalmente Braço do Norte. Nada menos de 160 quilômetros. Distância significa prejuízo, já que amplia o custo com combustíveis e parte da carga pode se perder no trajeto.
Autoridades não explicam atraso do projeto
O executivo da ADR de Tubarão, Ricardo Medeiros, explicou apenas que o projeto passa por readequação, principalmente por conta de “entraves ambientais”. Entretanto, ele não soube detalhar que tipo de readequação está sendo feita. O que ele adiantou é que um morador, que é ambientalista, teria questionado algo em relação às obras.
Ninguém da empresa Prosul foi encontrado para explicar o motivo do atraso em apresentar o novo projeto de pavimentação. Várias ligações foram feitas pela reportagem entre segunda-feira e ontem. Um funcionário da empresa, identificado como Fabrício, prometeu retornar a ligação, o que não fez até o fechamento desta edição.