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[dropcap]O[/dropcap]s clientes de instituições financeiras que caíram no rotativo do cartão de crédito ou usaram cheque especial pagaram juros mais caros em março de 2019, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (26).

A taxa de juros do cheque especial subiu 4,8 pontos percentuais, em relação a fevereiro, ao chegar em 322,7% ao ano, em março. No ano, houve aumento de 10,1 pontos percentuais na taxa de juros.

As regras do cheque especial mudaram no ano passado. Os clientes que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram a receber a oferta de um parcelamento, com taxa de juros menores que a do cheque especial definida pela instituição financeira.

A taxa média do rotativo do cartão de crédito subiu 4 pontos percentuais em relação a fevereiro, chegando a 299,5% ao ano, no mês passado. No ano, houve aumento de 14,1 pontos percentuais.

O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.

As taxas do cheque especial e do rotativo do cartão são as mais caras entre as modalidades oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal, por exemplo, ficou em 123,7% ao ano em março, com aumento de 1,2 ponto percentual na comparação com o mês anterior. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) chegou a 23,6% ao ano, com redução de 0,5 ponto percentual em relação a fevereiro.

A taxa média de juros para as famílias subiu 0,6 ponto percentual para 53,7% ao ano. A taxa média das empresas permaneceu em 19,8% ao ano.

O chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini, destacou que o crédito rotativo (do cartão e cheque especial) deve ser evitado devido às taxas de juros mais altas. “O aumento nas taxas de juros está concentrado no crédito rotativo”, disse.

Inadimplência

A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, permaneceu em 4,7% para pessoas físicas e em 2,8% para as empresas. Os dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado.

No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) os juros para as pessoas físicas subiu 0,1 ponto percentual para 7,6% ao ano. A taxa cobrada das empresas permaneceu em 10% ao ano. A inadimplência das pessoas físicas subiu 0,1 ponto percentual para 1,8% e a das empresas passou de 1,8% em fevereiro para 2,1%, em março.

O saldo de todas as operações de crédito do Sistema Financeiro chegou a R$ 3,267 trilhões, com alta de 0,7% no mês e de 0,3%, no ano. Em relação a tudo o que o país produz – o Produto Interno Bruto (PIB), o crédito permaneceu em 47,1%.

Segundo Baldini, o crédito segue tendência de recuperação gradual, que vem sendo observada desde o segundo semestre de 2017. “O crescimento do crédito continua impulsionado pelo crédito livre”, acrescentou.

Edição: Maria Claudia – AG Brasil