Apesar de já ser de conhecimento público o nome da empresa que fará as obras preventivas da Serra do Rio do Rastro (SC-390), a assinatura da ordem de serviço e o início dos trabalhos acontecerão apenas em janeiro, depois do recesso de fim de ano. De acordo com a Secretaria de Estado da Infraestrutura e Mobilidade, a medida foi tomada para evitar a paralisação das obras e consequentes transtornos no período entre o Natal e o Ano Novo.
A recuperação prevê intervenções em 25 pontos ao longo dos 12 quilômetros da Serra, entre os municípios de Bom Jardim da Serra, Lauro Müller e Orleans. A executora do projeto e da obra, cujo orçamento é de R$ 19.048.771,00, será a Teixeira Andrade – mesma empresa que está fazendo a revitalização da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. O resultado da licitação foi apresentado no dia 30 de outubro e, após a assinatura da ordem de serviço, a empresa terá 12 meses para concluir os trabalhos.
O secretário de estado de Infraestrutura e Mobilidade, Carlos Hassler, explica que neste momento o Estado e a Teixeira Duarte estão na fase final do acerto da documentação, e que a assinatura da ordem de serviço será feita somente em janeiro, pois as obras devem iniciar imediatamente após oficialização do contrato. “Começar [a obra] agora, no final do ano, vai gerar todo um transtorno na Serra [do Rio do Rastro] – inclusive para os usuários que estarão trafegando para as festas de fim de ano – para logo em seguida parar, porque não tem empresas que trabalhem entre o Natal e o ano novo, é uma coisa cultural do nosso país”, explica.
Hassler ressalta que o intervalo entre novembro e janeiro, até que se iniciem as obras, será importante para que a Teixeira Duarte possa dar início aos projetos de execução, pois serão necessários 25 projetos, um para cada ponto que receberá intervenção. “Ela [empresa] elabora o projeto, apresenta pra gente, aprova e executa. Por conta disso, a emissão da ordem de serviço em janeiro vai ajudar bastante porque eles vão ter um tempo para fazer seus estudos e já fazer suas avaliações. Além disso, na hora da execução vamos ganhar tempo.”
O plano de trabalho prevê intervenção nos taludes de 25 pontos críticos previamente levantados. Todos os pontos são locais onde já aconteceram ou há probabilidade de acontecer deslizamentos. Além das ações estruturantes, também será feita a retirada de blocos rochosos e outros materiais que estão soltos, para serem depositados sobre os taludes. Hassler acredita que, durante toda a execução das obras, haverá períodos de interdição total e outros de interdição parcial da Serra do Rio do Rastro.
Histórico de quedas de barreiras
Nos últimos anos, quedas de barreira e pedras se tornaram mais frequentes na Serra do Rio do Rastro. Somente em 2017 foram quatro ocorrências de grande porte, que interromperam o trânsito e exigiram o uso de equipamentos pesados para remover o material que se desprendeu das encostas. Em um deles, um veículo foi parcialmente destruído, felizmente ninguém se feriu.
Pequenos deslizamentos sequer são contabilizados. O material é removido pela Polícia Militar Rodoviária que libera a pista o mais rápido possível. Em 2018, um veículo ficou preso entre um deslizamento e outro. Apesar do susto, ninguém se feriu.
Diante das ocorrências, a Defesa Civil de Criciúma elaborou um plano de ação, que foi repassado, na época, para a Agência de Desenvolvimento Regional. Foi com base neste estudo que a Defesa Civil nacional liberou, em outubro de 2018, R$ 20 milhões para a realização das obras. Um ano depois o serviço foi licitado e tem previsão para se iniciar em janeiro de 2020.
Por CL Mais