Fonte: Correio Lageano
[dropcap]A[/dropcap] previsão de chuvas irregulares para janeiro põe em alerta os produtores de maçã na Serra Catarinense. Como neste mês a fruta entra em processo de maturação para a colheita, que acontece a partir de fevereiro, a água da chuva é essencial para o desenvolvimento. Sem chuva, ou com pouca chuva, a fruta não atinge o tamanho ideal, o que pode provocar queda no preço pago aos produtores.
Depois de quase um mês de estiagem, nos últimos dias de dezembro e nos primeiros dias de janeiro, as chamadas “chuvas de verão”, que são irregulares e não atingem todos os locais, começaram a aparecer, o que amenizou a preocupação dos produtores.
“Houve lugares onde se registraram 30mm, 20mm de chuva, e em outros menos. Essa chuva dos últimos dias deu uma amenizada, mas o problema é que em São Joaquim tem lugares com muito lajeado, e a absorção da água da chuva acaba sendo é muito rápida”, explica o secretário-executivo da Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap), Maurício Montibeller.
Ele alerta que, caso haja novo período de seca neste mês, a safra 2019/2020 pode ser prejudicada, pois, além de não atingir o tamanho ideal, sem chuva e com muito calor, o sol pode queimar a superfície da maçã, o que prejudica a sua qualidade.
“Se tivermos seca, podemos ter uma safra de maçãs miúdas, de calibres menores. No mercado, trabalha-se com uma maçã no calibre de 60 milímetros até 100 milímetros, mas quanto maior o calibre, mais é pago para o produtor. A gente espera que a chuva seja moderada neste período, para ter a maturação adequada e a qualidade esperada.”
Segundo o engenheiro agrônomo da Estação Meteorológica Climaterra, Ronaldo Coutinho, a chuva dos últimos dias ainda não atingiu a quantidade ideal, pois trata-se apenas de pancadas irregulares. “Tem locais com chuva, mas tem locais que não choveu quase nada. Pelo menos a chuva está aparecendo na nossa região, antes não tinha nada, mas ainda está longe do ideal”, diz. Para os próximos dias, a previsão é de pancadas de chuva, típicas de verão, que acontecem entre a tarde e a noite e são mal distribuídas, ou seja, pode chover em algumas áreas, mas não em outras.
Serra Catarinense responde por 51% da produção nacional
Santa Catarina é responsável por 51% da produção nacional de maçã. Na safra 2018/19, os produtores catarinenses colheram 577,7 mil toneladas. São Joaquim, na Serra Catarinense, responde por cerca de 80% da produção estadual e é responsável por 35% da produção e da área plantada do Brasil. A fruta representa cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do município, movimentando cerca de R$ 300 milhões por ano.