Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciar que deve desobrigar o uso de máscaras por vacinados e recuperados por Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o parecer ainda está sendo estudado.
“Recebi do presidente Bolsonaro hoje uma solicitação para fazer um estudo acerca do uso das máscaras. O presidente está muito satisfeito com o ritmo da campanha de vacinação do Brasil, da chegada de novas doses, da distribuição de mais de 100 milhões de doses de vacinas. O presidente acompanha o cenário internacional e vê que, em outros países onde a campanha de vacinação já avançou, as pessoas já estão flexibilizando o uso das máscaras”, afirmou o ministro.
A medida foi anunciada por Bolsonaro nesta quinta-feira (10). Ele afirmou, porém, que Queiroga iria “ultimar” o parecer, sem citar outros estudos adicionais.
Mas a recomendação contraria especialistas da saúde, que apontam riscos de reinfecção e de escape de vacinas naqueles que já têm anticorpos contra a doença.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) também pediu cautela na desobrigação do uso de máscaras. Lembrando que nenhuma vacina tem 100% de eficácia contra a Covid-19, o que possibilita que até os imunizados adoeçam e transmitam a doença.
Outro fator importante é que o uso de máscaras foi flexibilizado principalmente em países que têm altos índices da população vacinada, o que não é o caso do Brasil. Nos EUA, por exemplo, que já desobrigou imunizados a usarem a proteção, 42% já foram totalmente imunizados, com as duas doses. No Brasil a taxa é de 11,18%.
Desde que assumiu a pasta, em março, o próprio Queiroga sempre recomendou o uso de máscaras como medida essencial de combate à pandemia. Ele já chegou a afirmar que o “Brasil é a pátria de máscaras”.