De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o recomendado é praticar 150 minutos de atividade física por semana, em intensidade moderada, ou seja, o suficiente para causar uma leve dificuldade na fala. Caminhar casualmente pelo centro da cidade, observando vitrines, por exemplo, não conta. A atividade deve ser feita de forma contínua, sem passar mais de dois ou três dias sem se exercitar. Não adianta concentrar toda a atividade física em um único dia; o ideal é distribuí-la ao longo da semana, como na segunda, quinta e domingo.
Curiosamente, enquanto muitos questionam sobre o mínimo necessário de exercício, raramente alguém pergunta sobre o máximo. A resposta é simples: não há um limite máximo definido, desde que haja bom senso para não prejudicar a rotina. Mas o mínimo é claro: 150 minutos por semana.
Além de cumprir essa meta semanal, o ideal é intercalar atividades aeróbicas com exercícios resistidos, como a musculação. Esse equilíbrio pode reduzir em até 30% a chance de desenvolvimento do câncer de mama. Considerando os cerca de 75 mil novos casos anuais de câncer de mama no Brasil, essa prática poderia evitar que mais de 20 mil mulheres passassem pela dolorosa jornada dessa doença.
O exercício físico é, sem dúvida, um “remédio” poderoso. E mesmo para aquelas que já foram diagnosticadas com câncer de mama, a prática supervisionada de atividade física durante o tratamento tem um impacto significativo. Pacientes em quimioterapia devem ter atenção especial à imunidade, e aquelas em pós-operatório podem enfrentar restrições físicas, mas não há uma fase em que o exercício seja contraindicado. Pelo contrário, a fase de tratamento é quando a supervisão profissional se torna ainda mais crucial.
Estudos demonstram que mulheres que se exercitam durante o tratamento apresentam menos efeitos colaterais e até mesmo uma melhora na eficácia do tratamento. Ou seja, além de prevenir o surgimento do câncer, o exercício aumenta as chances de sucesso do tratamento e reduz os desconfortos associados.
Após o término do tratamento, manter-se ativa é igualmente importante. A paciente que segue praticando exercícios regularmente reduz em até 50% o risco de recidiva do câncer. Em termos práticos, para cada duas mulheres sedentárias que falecem devido ao câncer de mama, talvez uma delas pudesse ter sobrevivido com a prática regular de atividade física.
Não há tratamento ou medicamento que ofereça uma eficácia tão potente quanto o exercício físico. Ele é, sem dúvida, um aliado essencial na luta contra o câncer de mama.