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Análise e visualização de dados: Cristian Edel Weiss

Por: NSC

[dropcap]U[/dropcap]m dos maiores gargalos de Santa Catarina e motivo de maior preocupação do eleitorado catarinense, segundo pesquisa Ibope contratada pela NSC Comunicação em agosto, foi a saúde. O setor é fruto de dívida bilionária por parte do governo do Estado e as prefeituras, com caixas comprometidos pela crise, também não conseguem atender a demanda.

Vista de São Joaquim, na Serra, onde está entre os últimos do ranking.

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O Conselho Federal de Medicina divulgou nesta segunda-feira levantamento do investimento médio por pessoa das prefeituras brasileiras em Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS), declaradas no Sistema de Informações sobre os Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde.

Em Santa Catarina, o mínimo e o máximo variam de R$ 192,60 a R$ 1.513,80 por pessoa no ano inteiro (veja em detalhes nos mapas abaixo). No Brasil, varia de R$ 67,54 a R$ 2.971,92.

A média de Santa Catarina em relação à média dos municípios foi de R$ 586,13. No total, 181 municípios (61,3%) ficaram abaixo desse índice em 2017, incluindo Florianópolis, que despendeu média de R$ 389 por cidadão na área. No Brasil, a média foi de R$ 403,37.

Os extremos em Santa Catarina

A cidade com maior média per capita de investimento em saúde de Santa Catarina é Paial, no Oeste. O município de 1.577 habitantes aplicou R$ 1.513,77 por pessoa no setor em 2017. Logo atrás vêm Ermo e Presidente Castello Branco, com R$ 1.471,75 e R$ 1.402,74, respectivamente. As 18 mais bem colocadas no Estado têm até 4,1 mil habitantes.

O que mudou de 2013 para 2017

Entre 2013 e 2017, 178 municípios ampliaram o investimento médio em saúde, enquanto 8 praticamente não alteraram o índice, ficando abaixo de 1% de crescimento. Entretanto, 109 cidades registraram queda nos valores despendidos em saúde. As situações mais críticas são em Calmon (-34,89%), Aurora (-32,88%) e Corupá (-30,46%). Calmon, no Oeste do Estado reduziu o índice de R$ 928 em 2013 para R$ 604 em 2017.

Na outra ponta, Balneário Rincão teve aumento de 65,21% no período – o que pode ser explicado pela gradual emancipação, já que oficialmente se tornou município em 2013. Na sequência vem Chapecó, que ampliou em 53% os gastos com saúde por habitante: de R$ 311 para R$ 476.

Menores municípios se saem melhor

É bem verdade, entretanto, que os menores municípios são os que conseguem atender melhor a demanda da saúde. Segundo o Conselho Federal de Medicina, nas 1.234 cidades com menos de 5 mil habitantes, as prefeituras gastaram em média R$ 779,21 na saúde de cada cidadão – quase o dobro da média nacional. Além disso, os municípios das regiões Sul e Sudeste foram os que apresentaram maior participação no financiamento do gasto público em saúde, consequência, principalmente, da maior capacidade de arrecadação.

Entre os mais altos valores per capita naquele ano, estão duas das menores cidades do País. Com apenas 839 habitantes, Borá (SP) lidera o ranking municipal, tendo aplicado R$ 2.971,92 para cada um dos 812 munícipes. Em segundo lugar, aparece Serra da Saudade (MG), cujas despesas em ações e serviços de saúde alcançaram R$ 2.764,19 por pessoa.

Na outra ponta, entre os que tiveram menor desempenho na aplicação de recursos, estão três cidades de médio e grande porte, todas situadas no Pará: Cametá (R$ 67,54), Bragança (R$ 71,21) e Ananindeua (R$ 76,83).

Fonte: NSC