03/11/2025 09h58 ⟳ Atualizada em 03/11/2025 às 09h58
A movimentação de Carlos Bolsonaro para disputar uma das vagas ao Senado por Santa Catarina em 2026 está agitando os bastidores do PL catarinense. Amigos e adversários enxergam na investida uma estratégia de peso nacional, que coloca em xeque os arranjos locais — e gerou trocas públicas de farpas entre Carlos, a deputada estadual Ana Campagnolo e a deputada federal Caroline de Toni.
Ambições e cenário
Desde meados de 2025, nos bastidores políticos começou a ganhar força a hipótese de que Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, poderia concorrer ao Senado pela base bolsonarista em Santa Catarina. Aliados afirmam que a candidatura é “questão de honra e lealdade”.
Porém, para o PL catarinense, a investida representa um desafio: o governador Jorginho Mello trabalha na formação de uma chapa majoritária que envolve acomodação de candidaturas ao Senado para partidos como PP e União, tornando a chegada de um candidato externo um ponto de tensão.
A fagulha da crise
O confronto tornou-se público quando Ana Campagnolo declarou que a vaga ao Senado “que seria natural para Caroline de Toni agora seria dada ao Carlos Bolsonaro”. Em resposta, Carlos usou as redes sociais para rebater a parlamentar, chamando-a de “mentirosa” e afirmando que “absolutamente nada do que essa menina está falando é verdade”.
O episódio escancarou fissuras no PL local: de um lado, a tendência do núcleo Bolsonaro que busca expandir sua influência em SC; de outro, parlamentares estaduais que defendem prioridade aos nomes do Estado.
Onde entra Caroline de Toni
Caroline de Toni, deputada federal e integrante do PL em SC, surge como peça-chave nesse tabuleiro político. Com o avanço da candidatura de Carlos Bolsonaro, Caroline pode ver seu espaço reduzido ou negociado. A deputada enfrenta tensão tanto do “exterior” (o nome nacional que surge) quanto de dentro do PL catarinense, que tenta equilibrar interesses regionais.
Impactos para o PL e para 2026
A movimentação de Carlos Bolsonaro traz impactos claros para o partido:
- 
Internamente: fragiliza a unidade do PL em SC, comprometendo o discurso de coesão.
 - 
Politicamente: o racha pode beneficiar adversários conservadores que busquem explorar a desunião.
 - 
Eleitoralmente: a candidatura de Carlos pode atrair votos pelo “peso da marca Bolsonaro”, mas também gerar desgaste local por ser um nome externo.
 - 
Negociação majoritária: o governador Jorginho Mello terá de equilibrar forças nacionais e estaduais para formar uma chapa viável.
 
Bastidores e leitura política
Fontes próximas ao PL afirmam que o nome de Carlos foi discutido como estratégia nacional para reforçar a base bolsonarista em SC. Por outro lado, lideranças estaduais temem que a chegada de um candidato externo gere resistência no interior do Estado.
A disputa mostra dois vetores antagônicos: o nacional, comandado simbolicamente pela família Bolsonaro, e o estadual, que precisa acomodar realidades regionais. A troca de farpas recente evidencia que o conflito já está exposto, e para 2026 a equação da chapa ao Senado em SC segue em aberto.
                