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Foto: Wagner Urbano

A expectativa de produção de uvas na Serra Catarinense neste ano é 20% maior do que a do ano passado. Estima-se uma colheita de 1,2 mil toneladas de uvas, suficientes para produzir um milhão de garrafas (750ml) de vinho, segundo informações do presidente da Associação Vinho de Altitude, José Eduardo Pioli Bassetti. Entidade que engloba as cidades da Serra Catarinense produtoras da fruta.

Como a colheita está bem no início e encerra-de no fim de abril, a quantidade de chuvas daqui em diante influenciará na safra. Se chover mais do que o esperado, o impacto será negativo. Segundo Bassetti, os municípios que mais produzem vinhos de altitude em Santa Catarina são São Joaquim, Água Doce (Meio-Oeste), Urubici, Bom Retiro e Urupema.

A venda maior ocorre para o próprio estado de Santa Catarina, além de Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Ele explica que seria importante classificar o vinho como alimento para que, desta forma, se consiga diminuir a quantidade de impostos. “Estamos tentando fazer isso na reforma tributária.”

Ele encara como maiores dificuldades do setor, os vinhos que entram no país sem tributação, pelas fronteiras. Além da falta de melhoria dos acessos da região, cita como exemplo a continuidade da estrada Caminhos da Neve. “O setor tem força para alavancar outros setores da economia, como gastronomia, hospedagem, serviços de viagem, artesanatos e comércio local. Porém, para isso, a infraestrutura das cidades deve ser boa.” Ele também frisa a importância de os aeroportos da região funcionarem de forma efetiva.

Indicação Geográfica dos Vinhos de Altitude de Santa Catarina

Em dezembro de 2019, o Sebrae/SC fez a entrega ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, INPI, do dossiê que busca a certificação da Indicação Geográfica (IG) de Indicação de Procedência para os Vinhos de Altitude de Santa Catarina.

A previsão é que o INPI faça o reconhecimento da IG em dezembro de 2021, possibilitando o uso do selo na produção de 2022 para as 19 vinícolas associadas.

A Indicação Geográfica de Indicação de Procedência é uma certificação concedida pelo INPI, que garante que um determinado produto ou serviço se tornou conhecido pela sua limitação geográfica de localidade ou região, como o Champanhe e o Vinho do Porto, por exemplo.

De acordo com Luc Pinheiro, diretor do Sebrae/SC, a conquista dessa IG irá agregar valor aos vinhos de altitude catarinenses, organizando o setor e promovendo o desenvolvimento econômico regional. “Santa Catarina é reconhecida pelos seus vinhos de alta qualidade e a IG é uma ferramenta que irá valorizar a produção, a gastronomia e o turismo da região, importantes setores para a dinamização da economia e para o desenvolvimento sustentável. A conquista da IG garantirá aos nossos vinhos reconhecimento nacional e internacional.”

Esse projeto tem o apoio da UFSC, Epagri, Embrapa, Prefeituras Municipais das cidades produtoras e da Secretaria de Agricultura e Pesca de Santa Catarina. Há ainda outros projetos de Indicação Geográfica em Santa Catarina além da IG dos Vinhos de Altitude de Santa Catarina. O Sebrae/SC lidera o processo de conquista das IGs do Mel de Melato da Bracatinga e da Maçã Fuji da Região de São Joaquim, ambas na Serra Catarinense. Ainda, da Banana e da Cachaça de Luiz Alves, do Camarão de Laguna, da Linguiça Blumenau e da Ostra de Florianópolis. Todos em fase de pesquisa e construção dos documentos de pedido de registro de Indicação Geográfica.

Fonte: Catarinas