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NOTISERRA SC, SÃO JOAQUIM
21/08/2025 08h42 ⟳ Atualizada em 21/08/2025 às 08h42
TEXTO: WAGNER URBANO - Jornalista

A conta de energia elétrica em Santa Catarina ficará mais cara a partir do dia 22 de agosto. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou um reajuste médio de 13,53% nas tarifas da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina).

De acordo com a concessionária, mesmo com o aumento, a tarifa residencial em Santa Catarina continua abaixo da média nacional e segue acompanhando a inflação.

Como é formada a conta de luz?

A fatura de energia elétrica é dividida em duas parcelas principais:

  • Parcela A: valores que a Celesc apenas repassa a outros agentes do setor, como geração e transmissão de energia e encargos setoriais;

  • Parcela B: recursos destinados à manutenção da rede, investimentos e custos operacionais da própria distribuidora.

Segundo a Celesc, o reajuste foi influenciado, principalmente, pelo aumento dos encargos setoriais, que fazem parte da Parcela A e não são controlados pela empresa. Esses custos são definidos por políticas públicas do governo federal e obrigatoriamente repassados ao consumidor.

Entenda o cálculo do reajuste

A Aneel explica que o processo de reajuste segue dois mecanismos previstos em contrato: a Revisão Tarifária Periódica (RTP) e o Reajuste Tarifário Anual (RTA). Em anos sem revisão, aplica-se o reajuste anual, que considera a inflação e outros custos do setor.

No caso da Celesc, a atualização da Parcela B é feita com base no IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), menos o chamado fator X, que busca incentivar a eficiência da distribuidora. Já os custos com compra e transmissão de energia, além dos encargos setoriais, são repassados diretamente ao consumidor.

O economista Martin Kirsten, mestre em Ciências Econômicas pela UFRGS, destaca a escolha do IGP-M como referência:

“É bastante tradicional no setor de energia elétrica corrigir contratos pelo IGP-M. Como o índice reflete custos ao produtor, ele garante que a receita acompanhe a própria inflação”, explica.

O que é o IGP-M?

Calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o IGP-M é formado por três componentes:

  • IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) – 60% do peso total;

  • IPC (Índice de Preços ao Consumidor) – 30%;

  • INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) – 10%.

A média ponderada desses índices resulta no valor final do IGP-M, também conhecido como “índice do aluguel”, já que é utilizado em contratos imobiliários.

Percentuais do reajuste

O aumento de 13,53% corresponde a uma média entre diferentes perfis de consumidores em Santa Catarina:

  • Residenciais (mais de 90% dos clientes da Celesc): 12,3%;

  • Grupo A (alta tensão – grandes indústrias): 15,8%;

  • Grupo B (baixa tensão – pequenos comércios e áreas rurais): 12,41%.

Segundo a Celesc, a classe residencial teve impacto menor porque os custos fixos são divididos por uma grande quantidade de consumidores. Já para indústrias e grandes clientes, os reajustes foram mais significativos.

Como reduzir o impacto na conta?

Especialistas orientam que pequenas mudanças no dia a dia podem ajudar a aliviar o aumento:

  • Usar lâmpadas de LED;

  • Desligar aparelhos eletrônicos após o uso;

  • Ajustar o chuveiro para a temperatura adequada;

  • Evitar o uso excessivo de eletrodomésticos de alto consumo, como forno elétrico, ferro de passar, secadora e lava-louças;

  • Manter o ar-condicionado em 23°C, temperatura considerada ideal para economia.

O economista Martin Kirsten lembra que reajustes periódicos fazem parte da dinâmica do setor elétrico:

“Às vezes, a empresa distribuidora corrige as tarifas para manter as finanças em dia. Em outros casos, o reajuste pode servir para frear o uso exagerado de energia, como ocorre com as bandeiras tarifárias”, explica.

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