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Em 30 de março foram abertos ao público os serviços do Centro de Triagem para a Covid-19 (doença gerada pelo novo Coronavírus) em Lages, situado nas instalações do antigo Pronto-Atendimento (P.A.) Tito Bianchini. Funciona diariamente, incluindo finais de semana e feriados, 24 horas por dia.

 

Somente devem acessar o Centro de Triagem todos os pacientes que apresentarem sintomas gripais, desconforto respiratório e cansaço intenso. As pessoas sob estes critérios podem seguir até o local diretamente.

Qualquer pessoa que tenha uma síndrome gripal que se caracteriza por febre de início súbito, acompanhada de tosse ou dor de garganta, associada à dor no corpo ou dor de cabeça ou dores articulares, deve se dirigir ao Centro de Triagem. Quadros de tosse seca, febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, dores de garganta e coriza nasal, que perduram mais de três dias, também devem ser investigados.

Uma dor de cabeça ou febre ou mal-estar que alivia com uso de algum analgésico simples, e que não dura mais de 24 horas, não caracteriza um quadro gripal. Pessoas com sintomas e que tiveram contato direto com paciente positivo devem procurar o Centro de Triagem para avaliação. Por telefone, junto à Central de Atendimento Covid-19, é possível esclarecer dúvidas e buscar informações adicionais: 3251-7601/3251-7602.

Quando o paciente apresenta sintomas por no mínimo três dias (três a cinco dias) é realizada a coleta do material para o teste de Swab nasal RT-PCR, para identificação do vírus, procedimento efetuado dentro do Centro de Triagem. O material é encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/SC), em Florianópolis, cujo exame leva, em média, cinco dias para ficar pronto.

Pacientes com sintomas ao longo de seis a dez dias não passam por coletas de exame pelo risco de resultado falso. Pacientes após 11 dias de sintomas podem ser submetidos ao exame de sorologia IgM e IgG (coleta de sangue).

No Centro de Triagem são recepcionadas todas as faixas etárias, desde crianças até idosos. Todos estes pacientes devem receber o primeiro atendimento no Centro de Triagem, dotado de acomodações para atender todos os tipos de caso, de leve a grave.

Nas condições mais graves, a Secretaria da Saúde os referencia aos hospitais correspondentes, como o Hospital Infantil Seara do Bem. “O objetivo é diminuir as contaminações nestes locais”, explica o diretor técnico do Centro de Triagem, Leonardo Coelho.

Como identificar se os sintomas sofridos são leves ou já estão em uma etapa avançada?

Os principais sintomas leves são febre, tosse seca e cansaço. Sintomas moderados são dor de garganta, dor de cabeça, diarreia, dor muscular e perda do olfato ou paladar. Sintomas graves são dificuldade para respirar, dor ou pressão no peito e perda da fala.

Quais as etapas de atendimento ao paciente?

Desde que chega até a hora em que vai embora, o paciente passa pela assistência no Centro de Triagem, desmembrada em cinco fases:

1ª – Triagem na recepção com confecção de ficha de atendimento e análise dos sinais vitais. (Casos estáveis aguardam atendimento na área externa e casos complicados já passam para um setor de estabilização);

2ª – Consulta com médico para avaliar o paciente, período da doença em que se encontra, medicação e orientação seguida de coleta de material para exame;

3ª – Paciente estando no dia certo de evolução com a fase da doença em que se encontra, já é encaminhado diretamente para coletas de material para exame, do contrário, é realizado agendamento do paciente para vir no tempo certo;

4ª – Alta com orientações, medicações, atestado para afastamento de suas atividades e retorno ao Centro de Triagem, caso necessite, e

5ª Se o paciente estiver na sala de estabilização, recebe atendimento médico imediato e, na sequência, medicação conforme a situação, e posteriormente definição se necessita ser internado ou de tratamento domiciliar.

Do que é formado o Centro de Triagem?

O Centro de Triagem está equipado com quatro aparelhos de respiração artificial ativos e mais três de reserva, se preciso. “Contamos com equipamentos de monitorização cardíaca constante, desfibriladores, bombas de infusão de medicamentos, materiais para garantir via aérea, enfim, todos os equipamentos necessários para dar suporte de vida ao paciente”, acrescenta o diretor técnico, Leonardo Coelho.

Ambientes devidamente estruturados e com capacidade humana e técnica para corresponder às demandas. “Estamos equipados para atender todos os casos, de leves a graves, ofertando a devida resposta a cada realidade em que o paciente se encontre. Casos leves com três dias de duração é o momento ideal para a procura devido à data adequada para fazer coleta de exames investigativos”, argumenta o diretor técnico, Leonardo Coelho, lembrando, ainda: “Nosso propósito não é ficar com pacientes internados, e sim fazer a triagem e encaminhar aos hospitais de referência. Caso venha ocorrer colapso no sistema de saúde, com falta de leitos, temos capacidade para absorver dez pacientes clínicos e quatro pacientes de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), até conseguirmos as transferências.”

O quadro de funcionários está composto por três médicos, três enfermeiras, seis técnicos de enfermagem, um motorista e duas auxiliares de limpeza, por turno de 12 horas. Atualmente são utilizadas duas viaturas específicas para transporte de pacientes, contaminados pelo novo Coronavírus ou suspeitos, número que pode ser expandido se necessário. São veículos que passam por um processo de limpeza e desinfecção constantemente, diminuindo o risco de transmissão entre os pacientes.

De que maneira funcionam as transferências de pacientes para os hospitais?

Apos a solicitação de leito para a Central de Leitos, quando há a liberação é estabelecido contato com o hospital, repassando-se o caso e as necessidades dos pacientes. Na sequência, uma equipe do Centro de Triagem (motorista e técnico de enfermagem) procede à transferência do paciente e, ser for um panorama mais grave, a equipe é composta de médico, enfermeiro e motorista.

Texto: Daniele Mendes de Melo

Foto: Ary Barbosa de Jesus Filho