Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (Cosems-SC) alertou o governo catarinense sobre o “risco iminente de colapso” no sistema de saúde do Estado por conta do agravamento da pandemia de coronavírus.
No documento, enviado à Secretaria de Estado de Saúde nesta quarta (25), o órgão cita a taxa de ocupação de leitos de UTI superior a 80%, a situação do mapa de risco, que aponta 13 das 16 regiões em alerta gravíssimo para a doença, e a recente autorização para retorno das aulas presencias.
“O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina vem informar sobre o risco iminente de colapso do Sistema de Saúde diante do aumento de casos de infectados e de mortes causadas pela pandemia da Covid-19 em nosso território”, diz a abertura do ofício, assinado pelo presidente o conselho, Alexandre Lencina Fagundes.
O documento ainda cobra ações de fiscalização das regras sanitárias e pede que o governo tome medidas imediatas que tenham como base as orientações da ciência, “sob pena de o Estado vivenciar situação catastrófica idêntica a outras regiões e alguns países, onde o resultado da negligência foi a contratação de caminhões câmaras frias para guardar vítimas da pandemia”.
Na manhã desta quinta (16), Alexandre Fagundes, presidente do conselho e secretário de Saúde de Cunha Porã, no Oeste catarinense, afirmou em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, da NSC TV, que o órgão “cumpriu o papel de autoridade sanitária” ao alertar sobre a situação.
— O alerta foi no sentido de que o governo do Estado e as demais autoridades tomem medidas ágeis e imediatas para conter essa situação, ou pelo menos para que nós consigamos absorver esse impacto dentro do Sistema Único de Saúde sem levá-lo ao colapso — disse.
Segundo a assessoria do Cosems-SC, o conselho ainda não recebeu uma posição da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Na tarde desta quinta, a governadora interina Daniela Reinehr (sem partido) falou sobre o agravamento da pandemia em um vídeo divulgado pelo governo. Daniela reconheceu que o Estado vive um “momento muito delicado”, e destacou a habilitação de mais leitos de UTI e a aquisição de insumos para atendimentos.
A governadora também afirmou que permanece “pessoalmente em diálogo com o Ministério da Saúde para a garantia de mais leitos”, voltou a falar sobre “tratamento precoce” e pediu que as pessoas procurem as unidades de saúde caso apresentem sintomas.
— O que eu quero é que todas as pessoas tenham a mesma oportunidade e que tenham acesso ao tratamento adequado da forma mais rápida possível — declarou.
Fonte NSC