14/08/2025 10h10 ⟳ Atualizada em 14/08/2025 às 10h10
O ex-prefeito de Lages, Antônio Ceron, foi alvo de uma operação coordenada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) nesta quinta-feira (14), que apura supostos crimes envolvendo contratos de pavimentação asfáltica no município entre 2017 e 2024. Os valores investigados chegam a aproximadamente R$ 80 milhões.
Além de Ceron — já condenado na Operação Mensageiro — a ação mira outros políticos, servidores públicos e empresários. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, incluindo na Prefeitura e na Câmara de Vereadores de Lages. Uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
De acordo com o MPSC, a operação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pelo Grupo Especial Anticorrupção (Geac), com apoio da Subprocuradoria-Geral para Assuntos Jurídicos. Os mandados foram autorizados pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) devido ao foro privilegiado de um dos investigados. As buscas também ocorreram em São José do Cerrito e Itapema, no Litoral Norte.
Segundo as investigações, agentes públicos e empresários mantinham estreita relação, com encontros pessoais, e, para garantir pagamentos à empresa contratada, valores em espécie eram repassados ilicitamente. Os crimes apurados são de corrupção ativa e passiva, com pactuação de vantagens indevidas mediante favorecimentos recíprocos.
O nome da operação, “Stone”, faz referência ao Stone Matrix Asphalt (Matriz Pétrea Asfáltica), revestimento a quente que maximiza o contato entre agregados graúdos, descrito em manual do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).
A investigação corre sob sigilo e, segundo o Ministério Público, novas informações serão divulgadas quando houver publicidade dos autos.
O que disse a defesa
Procurada, a defesa de Ceron informou que está tomando conhecimento dos fatos e que, por ora, não irá se manifestar.
O que disse a Prefeitura de Lages
Em nota, a Prefeitura confirmou que é alvo de mandado de busca e que a apuração envolve contratos firmados entre 2017 e 2024 com uma empresa de pavimentação asfáltica. A administração declarou estar colaborando integralmente com a operação, fornecendo todos os documentos solicitados, e reafirmou o compromisso com a transparência, a legalidade e a correta aplicação dos recursos públicos.