O rigoroso inverno que atrai milhares de turistas para a região serrana de Santa Catarina também desempenha um papel crucial no setor da fruticultura. Frutas de clima temperado, como maçã, pêra e uva, dependem do frio para seu desenvolvimento adequado. Neste período do ano, as plantas entram no chamado “período de dormência”, quando perdem suas folhas e permanecem apenas com os galhos, um processo que dura em média 90 dias.
Para garantir a qualidade das frutas, é necessário que as plantas acumulem até 800 horas de frio com temperaturas abaixo de 7,2 graus Celsius. Na região de São Joaquim, são registradas entre 1.000 e 1.400 horas de frio, suprindo naturalmente a demanda para a superação do período de dormência. As variedades mais exigentes de maçã necessitam até 800 horas, enquanto as menos exigentes precisam de 600 horas. As uvas, especialmente as utilizadas na produção de vinhos finos de altitude, exigem entre 200 e 400 horas de temperaturas baixas.
A serra catarinense destaca-se como uma das maiores produtoras de maçã do Brasil, com uma produção anual média de 300 mil toneladas só na região de São Joaquim. A atividade sustenta mais de 2,6 mil famílias de produtores. A produção de uvas também tem ganhado relevância, especialmente na elaboração de vinhos finos de altitude, que conquistam prêmios em nível nacional e internacional. Especialistas afirmam que a altitude e o clima da região são fatores determinantes para a qualidade superior desses vinhos.
Assim, o frio da Serra Catarinense, além de atrair turistas em busca de baixas temperaturas e belas paisagens, é vital para a fruticultura local, garantindo a produção de frutas de alta qualidade e contribuindo significativamente para a economia da região.
Texto: NotiserraSC