A maçã Fuji, que agora traz ao Estado a sexta Indicação Geográfica de Santa Catarina, foi introduzida em São Joaquim na década de 1970, a partir de uma política pública de estímulo à produção de frutas de clima temperado. Cultivada nas colônias japonesas implantadas no município à época, adaptou-se ao clima e ao solo locais, o que resultou em características únicas e diferenciadas.
Segundo Mariuccia Schlichting De Marti, pesquisadora da Epagri, os conhecedores da fruta acreditam que a Fuji da Serra Catarinense apresente um sabor melhor até mesmo do que a original japonesa. Assim, a melhor Fuji do mundo acabou transformada no produto mais famoso da região Serrana, fazendo de São Joaquim, a Capital Brasileira da Maçã.
Mariuccia integra o time de pesquisadores da Epagri que durante anos investigou as particularidades da fruta, reunindo informações fundamentais para que o INPI deferisse a solicitação da Denominação de Origem da Maçã Fuji da Região de São Joaquim. De lá para cá, a fruta tornou-se um produto de vital importância para a economia de todos os cinco municípios da área onde é cultivada.
É bem verdade, como diz o presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (AMAP), Diego Nesi, que a IG é a resposta a tudo que foi “plantado” ao longo das últimas cinco décadas. E agora, “por meio do selo, a maçã Fuji tem mais potencial de agregar valor econômico e conquistar novos mercados”, comemorou.
O reconhecimento, em sua opinião, é resultado de uma parceria de três anos entre o Sebrae/SC, a AMAP, Epagri, UFSC, Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), Secretaria estadual da Agricultura, e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
O sucesso dessas parcerias vem produzindo avanços fantásticos, especialmente na tecnologia dos pomares, como lembrou o engenheiro agrônomo Marlon Francisco Couto, gerente regional da Epagri de São Joaquim, tempos atrás. “Desde que maçã Fuji foi trazida pelos japoneses, muita coisa evoluiu na tecnologia dos pomares, como o espaçamento. É como se comparássemos o 14 Bis de Santos Dumont com um desses aviões mais modernos”.
Texto: Imara Stallbaum