A história do campista Marcos de Souza, de 36 anos, despertou em Rodrigo Hilbert lembranças de sua infância em Santa Catarina. Isso porque Marcos completou na quarta-feira (19) 92 dias acampado no Mirante da Serra do Rio do Rastro, acompanhado da cachorra Crystal.
O campista diz ser chef de cozinha, e conta que morava em Florianópolis antes de colocar o pé na estrada, em abril. Segundo Marcos, após pandemia, o sonho de fazer uma viagem de bicicleta com a cachorra se tornou mais concreto, e ele decidiu se aventurar.
O objetivo era trabalhar ao longo da viagem, seja com a máquina de polir superfícies, que carregou junto consigo na bicicleta, ou em outras funções que fosse necessário.
“Montei a bike e essa estratégia de trabalho para ter uma renda. Saí da Cachoeira, parei no Centro, parei em Palhoça, na Guarda do Embaú, na Praia do Rosa, onde eu fiquei uns 20 dias porque tinha bastante trabalho, para levantar uma graninha para a estrada. E de lá para o pé da Serra foi um dia de viagem”, lembra.
Os trabalhos feitos para pessoas que encontrava no caminho o ajudaram a garantir comida, banho e as vezes um teto ao longo da viagem.
Na subida da Serra do Rio do Rastro, além de Crystal, Marcos carregava a barraca, o instrumento de trabalho, cobertas, cerca de quatro peças de roupa e outros apetrechos necessários para a aventura. Foram quatro horas de subida.
Campista ajudou a revitalizar mirante da Serra
Na chegada, a intenção do campista era ficar dois dias, trabalhar no estacionamento do mirante, ir para Urubici e fazer a volta para Florianópolis, mas os planos mudaram.
“Aqui eu conheci pessoas incríveis, donas de comércio e restaurante, que comentavam que era muito abandonado a parte da limpeza. Daí fui fazendo um serviço aqui, outro ali, e fui ficando”, conta.
Desde então, ele se lembra de ter pintado ao menos 400 vagas de carro, meio-fio, podar árvores, cortar grama, e trabalhar na obra da delegacia. O trabalho, além de garantir dinheiro para se manter acampado no mirante, garantiu amizades e doação de agasalhos, que permitiram que o viajante não passasse frio.
De acordo com o campista, a experiência mais marcante da viagem até agora foram as paisagens que cercavam a barraca que serve de casa. Ele conta ao menos quatro luas cheias, uma delas laranja, uma lua nova, dois episódios de neve, tempestades, ventos fortes e amanheceres de tirar o fôlego.
Segundo Marcos, os três meses também foram úteis para explorar outros interesses, como estudar psicologia e colocar o sono em dia.
Rodrigo Hilbert acampa na Serra e se impressiona com campista
O ator e apresentador catarinense Rodrigo Hilbert acampou na Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, e divulgou na segunda-feira (19) vídeos nostálgicos nas redes sociais.
“Já dormi tanto aqui em barraca, era tanto frio. Não sei o que a gente tinha na cabeça”, contou o artista. Ele é natural de Orleans, município no Sul do Estado. A afirmação foi feita após contarem a ele de um campista que estava há 90 dias no local.
Com a experiência, o campista afirma que deseja influenciar pessoas a se aproximarem da natureza e dos animais. Após ser citado por Rodrigo Hilbert, Marcos também dividiu a vontade de cozinhar com o apresentador.