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[dropcap]O[/dropcap]s produtores de maçã da Serra Catarinense estão animados com a colheita desta safra. A afirmação é do presidente da Associação dos Produtores de Maçã e Pêra da Região (Amap), Rogério Pereira (Pirata). Ele garante que o quilo da maçã Gala, a primeira variedade a ser colhida, por exemplo está sendo negociado até R$ 2,30 diferentemente da safra anterior quando o valor máximo chegou a R$1,40.

Outro aspecto segundo Pirata que elevou o preço foi a exposição ao frio da fruta que precisa de ao menos de 700 horas e o inverno foi excelente, quando os pomares estiveram submetidos a 1.200 horas.

Aparentemente, segundo Pirata a impressão que se tinha é que seria uma grande safra. “Quando as plantas começaram a brotar (florir) percebeu-se que houve uma quebra de produção alternando-a, assim a expectativa é de uma safra mediana” , explica  Pirata.

Ainda segundo ele, os produtores se organizaram e conduziram bem seus pomares, mas como houve alternância na produção, a safra vai cair um pouco este ano em Santa Catarina. A previsão é de colher  500 mil toneladas. Quando terminar a colheita da Gala, prevista para até meio de março, em alguns lugares mais frios deve se estender um pouco mais, começa a colheita da Fuji Suprema.

Pirata observa que a variedade Fuji em compensação teve uma produção maior, enquanto que a Gala sofreu redução, em relação à safra anterior. Isso porque houve uma alternância, um desencontro de períodos de colheita, pois a Gala teria que estar praticamente colhida, mas como atrasou a maturação, a fruta ficou verde e os produtores ainda estão colhendo.

Melhor safra

Na safra passada a maçã colhida foi miúda, sem qualidade e tinha defeito, o que rendeu até protestos por parte do produtores contra os preços baixos, mas nesta, segundo afirma Pirata, a qualidade está  bem melhor. “Está bonita, colorida e excelente. O consumidor olha no supermercado e compra”, assegura.

Na última safra para piorar a situação dos produtores foram registradas chuvas de granizo. A produção de maçãs é a principal atividade econômica de São Joaquim. Movimenta cerca de R$ 300 milhões a R$ 350 milhões por ano em vários setores e responde por centenas de postos de trabalho. Os pequenos produtores entregam a fruta para as empresas que fazem a comercialização para supermercadistas; e recebem o valor na íntegra, os cooperados recebem mensalmente pela venda da fruta.

Fruticultores protestaram em maio do ano passado

Os fruticultores de São Joaquim reclamaram do preço pago pela maçã, em maio do ano passado. Com cartazes em punho, se manifestaram nas principais ruas da cidade. Na época, a reportagem do CL ouviu alguns fruticultores e todos relataram dívidas e que muitas famílias venderiam parte da propriedade para quitá-las.

O movimento começou quando uma das principais compradoras, a empresa Fischer, anunciou o pagamento de R$ 0,67 pelo quilo da fruta. Sendo que a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) afirmava em pesquisa que o preço por quilo, era de R$ 0,92. Os produtores queriam receber acima de R$ 1 por quilo. Abaixo deste valor afirmavam que ficariam no prejuízo.

A produção na Serra Catarinense

Quando se fala na produção de maçãs, normalmente a referência é São Joaquim, maior produtor nacional do fruto, com média de 300 mil toneladas por ano. Mas o fruto é cultivado em vários municípios da Serra Catarinense. Urubici, Bom Reiro, Bom Jardim da Serra, Urupema e Painel também apresentam produções muito significativas.

A atividade movimenta praticamente duas mil famílias, que utilizam mais de 12 mil hectares para o cultivo. A área de plantio é maior que 12 mil campos de futebol. O investimento na cultura se justifica em função do clima, que a cada ano oferece as 700 horas de frio, necessárias para uma boa qualidade do fruto.

Fonte: Correio Lageano