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Desde o início da pandemia da Covid-19, as máscaras passaram a fazer parte do dia a dia dos brasileiros. Em Santa Catarina, é possível que o relaxamento nas regras de uso desse item de proteção comece a se delinear no final do mês de novembro deste ano.

A data não foge à projeção do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, feita na semana passada. Ele estimou que o fim da obrigatoriedade do uso da máscara de proteção em lugares abertos deve ocorrer também a partir de novembro.

Contudo, seja no Estado ou no país, esse cenário vai depender dos números da Covid-19.

O superintendente de Vigilância em Saúde de Santa Catarina, Eduardo Macário, afirmou  que, por ora, o uso das máscaras ainda é essencial devido à grande circulação do coronavírus e o advento de novas variantes, como a Delta.

O superintendente diz que a vacinação tem gerado bons resultados na redução do número de casos graves e de mortes. Contudo, ainda há pessoas que não estão completamente imunizadas e estão sujeitas à infecção graves.

Sendo assim, ele defende que a máscara atua como uma barreira e, por isso, seu uso ainda é recomendado.

Abertura gradual a partir de novembro

Macário projeta que o avanço da vacinação na população adulta e em adolescentes aliado às doses de reforço em idosos e a conseqüente redução de casos graves resultará no relaxamento gradual de algumas medidas de combate ao vírus ainda em vigor.

Segundo ele, o uso de máscaras em ambientes abertos, com fluxo de ar, pode ser uma das primeiras medidas a cair. No entanto, ele reforça que o uso do equipamento de proteção em ambientes internos com pouca circulação de ar ainda deve permanecer por mais tempo.

“As aberturas devem acontecer quando mais de 80% da população do Estado estiver com o esquema vacinal completo. Isso deve ocorrer no final de novembro ou início de dezembro. Por isso, é importante que todos busquem a vacinação. Para que esse cenário aconteça o mais rápido possível”, complementa.

Esquema vacinal completo e redução de casos

A importância de completar o esquema vacinal também foi mencionada por Rogério Sobroza de Mello, professor do curso de Medicina da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina).

“Infelizmente, ainda há muitas pessoas que não estão comparecendo para tomar a segunda dose. Quanto mais as pessoas atrasam para fazer isso, mais vai demorar a ser possível essa manobra de abertura”, diz.

O professor avalia que a obrigatoriedade do uso de máscaras ainda deve continuar por mais tempo. “Até porque ainda não chegamos ao nível de vacinação necessário para proteção contra as formas graves do vírus”, aponta.

Para Sobroza de Mello, esse nível será atingido quando ao menos 70% da população de SC estiver com o esquema vacinal completo. Nesta quarta-feira (23), o painel Vacinômetro do governo do Estado mostra que a segunda dose da vacina já foi aplicada em 38% da população catarinense.

“Hoje não é a nossa realidade e acredito que ainda não será daqui a dois meses. Por ora, não há respaldo científico para se retirar o uso da máscara. Precisaríamos ter os casos bem controlados. Os casos em pessoas vacinadas também devem ser observados. Ainda há uma série de fatores dentro desse contexto que precisam ser avaliados”, afirma.

Países sem máscaras

O uso de máscaras ao ar livre deixará de ser obrigatório na Argentina, a partir de 1º de outubro, conforme anunciou o governo nesta terça-feira (21). A medida faz parte de uma grande flexibilização das restrições sanitárias impostas pela pandemia da Covid-19.

Desde o dia 13 de setembro está permitido o trânsito de pessoas sem máscaras nas ruas de Portugal. A lei que obrigava a proteção estava em vigor há 318 dias.

Na Suécia, o uso da máscara sempre foi uma recomendação e mesmo essa já deixou de existir desde o início de julho. Já a Polônia deixou de obrigar os cidadãos a usá-la em espaços públicos, não só na rua, mas também nas praias, jardins e parques.

A Itália suspendeu a exigência de máscaras em locais públicos no fim de junho. A obrigatoriedade do uso de máscaras foi declarada em outubro de 2020. Na Espanha, o governo decidiu derrubar o uso compulsório das máscaras sanitárias no dia 26 de junho.