28/10/2025 17h50 ⟳ Atualizada em 28/10/2025 às 19h34

Em meio aos pomares floridos e carregados da Serra Catarinense — principal região produtora de maçãs do Brasil — os produtores têm adotado cada vez mais o raleio químico como uma prática essencial para garantir frutos de maior calibre, coloração uniforme e colheitas mais regulares. A técnica, que substitui parte do trabalho manual, é considerada um dos pilares da produção moderna de maçãs em Santa Catarina.
O raleio consiste em reduzir o número de frutos ainda nos estágios iniciais de desenvolvimento, evitando a competição por nutrientes e permitindo que a planta concentre energia nas maçãs mais fortes. O resultado é um fruto de melhor qualidade comercial e com maior valor agregado.
Como funciona
O processo é realizado por meio da aplicação de fitorreguladores — substâncias que atuam como hormônios vegetais — em diferentes fases da planta, principalmente durante a floração e a pós-floração. Esses produtos induzem o aborto de alguns frutos, de forma que a macieira selecione naturalmente os que possuem maior potencial de crescimento.
O raleio químico traz diversos benefícios para os produtores, entre eles a redução de custos e de demanda por mão de obra — um desafio crescente no setor. Além disso, melhora a qualidade e a uniformidade dos frutos, contribui para regular a produção (evitando anos de super e baixa safra) e permite um manejo mais rápido e preciso, especialmente em grandes áreas.
Cuidados e fatores de sucesso
Apesar das vantagens, a técnica exige conhecimento técnico e acompanhamento profissional. O momento da aplicação é determinante: geralmente ocorre entre a floração e quando os frutos atingem de 3 a 15 milímetros de diâmetro. As condições climáticas, como temperatura e radiação solar, também influenciam diretamente a resposta da planta.
Cada variedade de macieira reage de forma diferente aos produtos, e as doses precisam ser ajustadas conforme o clima e a carga de carboidratos da planta. Por isso, o monitoramento técnico e o uso de modelos de previsão são fundamentais para garantir bons resultados e evitar perdas.
Segundo engenheiros agrônomos que atuam na região, o raleio químico se consolidou como uma ferramenta indispensável na fruticultura moderna, contribuindo para que Santa Catarina mantenha seu protagonismo nacional na produção de maçãs — reconhecida pela qualidade, sabor e coloração únicas que nascem no clima frio da Serra Catarinense.
Redação / NotiserraSC
