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A chegada do primeiro automóvel em São Joaquim, em 1926, marcou um momento histórico na então vila, trazendo entusiasmo e curiosidade para seus habitantes. O veículo, um Ford modelo “A” de cor preta, era propriedade de Theóphilo Mattos e podia alcançar a velocidade impressionante de 60 km/h — uma verdadeira novidade para a época.

Nos domingos e feriados, o carro circulava pela rua principal, desde o jardim da Igreja até o local onde hoje se encontra o Posto Esso. O trajeto tornou-se um evento social, transportando senhores, moças e rapazes, que pagavam 1$000 ou 2$000 (um mil réis ou dois mil réis) para um passeio. Essas quantias, que hoje seriam frações de centavo, permitiam que qualquer pessoa aproveitasse a experiência, despertando a admiração de crianças e adultos. Contudo, havia aqueles que, por receio, evitavam embarcar na “geringonça barulhenta”.

Em 1940, a paisagem do município já havia se transformado: São Joaquim contava com dez automóveis e dois ônibus. Ainda assim, os veículos de tração animal continuavam predominantes, com mais de 200 unidades, entre carros de passeio, carroças e carros de boi.

Uma curiosidade adicional remonta a um episódio anterior à chegada do Ford de Theóphilo Mattos. Segundo relatos, Boanerges Pereira de Medeiros foi o primeiro a trazer um automóvel para São Joaquim. Entretanto, o veículo não funcionava e precisou ser transportado de Lages em um carro de bois, em uma jornada que atravessou fazendas, taipas e riachos, levando vários dias.

A chegada do automóvel representou um marco de modernidade e despertou a imaginação dos moradores da pacata vila, abrindo caminho para as transformações que viriam nas décadas seguintes.