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[dropcap]A[/dropcap]pesar da previsão de queda, a colheita de maçã segue em pleno andamento no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. O município de Vacaria, na Serra, é o segundo maior produtor nacional da fruta e tem conquistado mercados do Brasil e até do exterior.

Mais de mil pessoas de outras regiões e até de fora do estado trabalham durante a época de safra. A colheita está no ponto alto e deve seguir até o fim de abril. No estado, são mais de 900 produtores e 14 mil hectares de macieiras.

“Está excelente. Ano passado foi um desastre de logística, guardamos toda aquela maçã fuji que não tem mercado. Então, esse ano nós temos essa consciência, é muito menos fuji, até porque a planta estava sobrecarregada”, explica o produtor rural José Soso.

Em 2018, a safra tem previsão de ser 10% menor que a última, conforme a Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi). Devem ser colhidas 450 mil toneladas.

A redução aconteceu, principalmente, por causa da falta de frio. As principais variedades cultivadas – fuji e gala – precisam de pelo menos 500 horas com temperaturas abaixo de 7°C. Mas no inverno passado, foram registradas somente 280 horas.

O clima também interferiu na aparência das frutas. Algumas ficaram com sinais na casca, que são resultado do frio fora de época.

O que anima os produtores é o preço. Enquanto no ano passado eles receberam menos de R$ 1 por quilo, agora o valor é de R$ 1,30. O presidente da Agapomi, Eliseu Zardo Boeno, explica:

“No ano passado, nós tivemos uma safra um pouco excedente, e a oferta demais afetou um pouco os preços, principalmente na variedade fuji, que foi ofertada no segundo semestre. A nossa esperança é que esse ano os preços compensem, visto que a despesa é muito alta nos nossos pomares e nós precisamos ter rentabilidade”.

A maior parte da produção abastece o mercado brasileiro e vai para estados do Sudeste e Nordeste. Mas as exportações também são uma alternativa. Esse deve ser o segundo ano consecutivo de crescimento nas vendas para fora do país.

A expectativa é de que o Rio Grande do Sul exporte em torno de 40 mil toneladas. Os principais destinos são países da Ásia, Europa e do Oriente Médio.

“Buscando lá fora, nós vamos aprender novos métodos de venda, classificação, então é isso, nós temos que entrar no mundo globalizado”, conclui o produtor José Soso.

Fonte: G1 RS