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[dropcap]M[/dropcap]aior produtor de maçã do país, Santa Catarina faz parte da única região do mundo a erradicar a Cydia pomonella. A praga, também conhecida como traça da maçã, pode causar grandes prejuízos aos produtores rurais e está longe do território catarinense há quase dez anos. Responsável por metade da produção nacional da fruta, Santa Catarina se mantém, desde 2013, como referência internacional em sanidade vegetal.

 

 

Cydia pomonella é considerada o pior inseto praga da fruticultura no mundo e mantê-la fora de Santa Catarina exige um trabalho contínuo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e produtores rurais. A praga adulta é uma mariposa e em sua fase larval causa danos ao fruto pela formação de galerias. Os hospedeiros primários da traça são: a maçã, pera, marmelo e noz europeia.

O secretário adjunto da Agricultura e da Pesca, Ricardo Miotto, explica que o reconhecimento do Brasil como área livre de Cydia pomonella, traz um grande diferencial competitivo para as frutas produzidas em Santa Catarina. “Essa praga traz grandes prejuízos para os fruticultores e a ausência da doença demonstra a credibilidade e a qualidade da produção catarinense”.

A Cydia pomonella causa danos ao fruto pela formação de galerias. Foto: Cidasc

Não é a toa é que o estado é o maior produtor nacional de maçã e, junto com o Rio Grande do Sul, responde por 70% das exportações brasileiras da fruta. A abertura de mercados é apenas um dos resultados obtidos após a erradicação da praga, pois a qualidade geral dos frutos também é preservada, uma vez que não é necessário o uso de inseticidas para o controle de C. pomonella em nossos pomares. “O fato de o Brasil ter erradicado a Cydia pomonella traz um grande diferencial competitivo, principalmente no mercado internacional. Além disso, os produtores têm um custo menor de produção e de manejo e um ganho na qualidade das frutas”, destaca o diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), Moisés Lopes de Albuquerque.

As ações de defesa sanitária vegetal refletem tanto na rentabilidade dos pomares, quanto na saúde pública.

Monitoramento
O reconhecimento como área livre de Cydia pomonella é válido para todo o país, porém como Santa Catarina é responsável por 51% da produção nacional de maçã, o estado dedica atenção especial ao combate da praga. “A Secretaria da Agricultura, Cidasc e Mapa se mantêm vigilantes para minimizar os riscos de aparecimento da doença no território catarinense”, ressalta o secretário adjunto Ricardo Miotto.

A Cidasc segue com o monitoramento da Cydia pomonella utilizando armadillhas em locais estratégicos como, por exemplo, as cidades onde a produção está concentrada; portos; aduana; e redes de distribuição de supermercados e importadores. Atualmente são 170 armadilhas instaladas para confirmar a ausência da praga em Santa Catarina.

E nas fronteiras, o Ministério da Agricultura realiza a inspeção nos frutos importados, rechaçando aquelas cargas com a presença da praga.

Maçã em Santa Catarina
Segundo informações do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), Santa Catarina conta com 2.585 produtores, com produtividade média de 40,6 mil quilos por hectare e R$ 536,7 milhões de Valor Bruto da Produção. O estado participa com 51% da produção brasileira e 49% da área em produção da cultura no país.

Informações adicionais:
Ana Ceron