23/07/2025 10h44 ⟳ Atualizada em 23/07/2025 às 10h44
O uso do fogo ainda é uma prática comum em propriedades rurais como forma de limpeza de áreas com acúmulo de resíduos vegetais. No entanto, apesar de parecer uma alternativa fácil, quando feita de maneira incorreta, pode trazer sérios riscos ao meio ambiente, à saúde e à segurança das pessoas. Por isso, seu uso é regulamentado por leis ambientais, com punições severas para quem desrespeitá-las.
De acordo com o engenheiro florestal Gustavo Chiodelli, antes de qualquer queima, é fundamental tomar precauções para evitar que o fogo fuja do controle. “A pessoa deve realizar aceiros ao redor de árvores, vegetação nativa, postes de energia elétrica, edificações e residências. Além disso, é necessário observar a direção e intensidade do vento e evitar queimas durante o período noturno”, orienta.
O Corpo de Bombeiros Militar de São Joaquim, que frequentemente é acionado para conter incêndios florestais na região, alerta para os perigos dessa prática. Segundo o tenente Frison, comandante local, muitas ocorrências são causadas por negligência. “Não se deve colocar fogo em lixo próximo à vegetação ou residências. Bitucas de cigarro também representam risco, assim como materiais de vidro jogados na mata, que podem causar o chamado ‘efeito lupa’ e iniciar incêndios espontâneos”, explica o militar.
Levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostra que, entre janeiro e julho deste ano, mais de 700 hectares foram queimados em Santa Catarina. Só em São Joaquim, seis focos de incêndio foram registrados no último mês. O inverno, com clima seco e ventos frequentes, é o período com maior número de ocorrências na Serra Catarinense.
Além dos prejuízos ambientais — como a destruição de fauna e flora nativas —, o uso indevido do fogo também pode resultar em graves consequências legais. A Polícia Militar Ambiental atua na fiscalização e reforça que a prática sem autorização é crime.
“O produtor que for flagrado realizando queima sem a devida licença pode ser autuado administrativamente pelo IMA e também responder criminalmente”, alerta o sargento Marcos, da Polícia Militar Ambiental de Lages.
A reportagem do Notiserra SC entrou em contato com os órgãos de fiscalização para reforçar as orientações à população. O recado é claro: o fogo deve ser o último recurso e só pode ser utilizado com responsabilidade e dentro da legalidade.