[dropcap]A[/dropcap] maçã Fuji de Santa Catarina deve ter produção 10% maior que a safra do ano passado. Já a safra do arroz catarinense deve reduzir em relação ao período anterior. Os produtores de cebola, por sua vez, comemoram o bom valor de venda. Essas e outras avaliações fazem parte do mais recente Boletim Agropecuário emitido pelo Centro de Socieoeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa).
A colheita da maçã Fuji termina em maio, mas com 53% da área colhida no território catarinense, os técnicos da Epagri/Cepa já projetam um crescimento de 10% no total produzido. No caso da maçã Gala a realidade é outra. Com 99% da área colhida até o final de março no Vale do Rio do Peixe, os produtores da região estimam redução no volume. O Boletim destaca ainda que a maçã catarinense representou 54,4% do total comercializado em março pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
Até março, 82% das área plantada com arroz em Santa Catarina havia sido colhida, o que permite aos profissionais da Epagri estimar uma safra menor em relação à 2017/18. O avanço da colheita do grão também empurrou os preços para baixo no mês passado.
Os técnicos da Epagri/Cepa estimam que 90% da cebola catarinense disponibilizada no mercado já tenha sido comercializada. Apesar de algumas perdas no período de desenvolvimento da cultura, a avaliação é positiva para os produtores, com bom retorno econômico, pois as vendas ocorreram a valores acima do custo de produção.
Assim como o arroz, o feijão viu seu preço cair no Estado. Os fatores que levaram à redução nos valores pagos ao produtor a partir da segunda quinzena de fevereiro são, fundamentalmente, a má qualidade do grão e a baixa demanda pelo setor varejista. O preço do feijão carioca, por exemplo, teve queda de 2,7% em março, em relação ao mês anterior. Já o feijão preto viu seu preço reduzir em 6% no mesmo período.
Até 10 de abril, o milho catarinense estava com 68% de sua área total cultivada. Na maioria das regiões, o rendimento está sendo considerado normal, 4,4% superior ao registrado na safra anterior. Esse cenário contraria as expectativas iniciais dos técnicos, que temiam redução na produtividade em função da estiagem em dezembro e das altas temperaturas em janeiro e fevereiro.
No complexo soja, as exportações continuam elevadas, superando em 50% o mesmo período do ano anterior. Por outro lado, os preços ao produtor se mantiveram estáveis nos últimos três meses. A colheita em andamento da safra brasileira, os altos estoques americanos, e a indefinição da disputa comercial entre as duas maiores potências mundiais, mantém o mercado em compasso de espera.
O Boletim traz ainda análise do mercado de alho, com avaliação de melhora no preço internacional, mas não o suficiente para a recuperação dos valores internos. Para o mercado de carne de frango, o Boletim expõe uma queda das exportações em março em relação a fevereiro, mas aumento em comparação ao mesmo período do ano passado. Já as exportações de carne suína cresceram 6,27% na relação entre fevereiro e março, e 16,19% na comparação com março de 2018. Santa Catarina foi responsável por 55% da carne suína exportada pelo Brasil em março.
O documento avalia ainda os mercados de leite – que sofre com a possibilidade de redução de preços – e de trigo, que está com o melhor preço no período para as últimas quatro safras. Leia a íntegra o Boletim Agropecuário.
Informações e entrevistas: Reney Dorow, gerente da Epagri/Cepa, pelo fone (48) 3665-5076
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