sicred
Unifique

[dropcap]E[/dropcap]ntre janeiro e dezembro de 2018, o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Lages receberam 91,7 mil ligações. Deste total, quase 6 mil foram apenas trotes. A maioria dos telefonemas deste gênero são facilmente identificáveis pelo atendente, mas diversas ocorrências acabam gerando saída desnecessária das equipes de socorro.

De acordo com o comandante da 1ª Companhia do Corpo de Bombeiros, Capitão Ivonilson Varela Duarte, a maioria dos trotes são feitos por crianças, com aparelho celular e acontecem com maior incidência nos horários de entrada e saída de escolas. “O nosso despachante consegue identificar com muita facilidade um trote. Quando é criança é mais fácil porque criança ri, fala palavrões e geralmente é em horários de entrada e saída de escolas. Mas quando o trote é de adolescente ou adulto a identificação é muito difícil e a gente acaba enviando o socorro”, comenta.

O que muita gente não sabe é que passar a comunicação de uma falsa ocorrência para Bombeiros ou Samu é um crime previsto no Código Penal. De acordo com o artigo 266 do Decreto Lei 2.848/40, a pena para quem passa trotes a esses órgãos é de um a três anos de detenção e multa.

Programa pretende promover conscientização

Em uma tentativa de amenizar situações como esta e alertar para as funções dos Bombeiros, a 1ª Companhia do Corpo de Bombeiros vai efetivar uma parceria com as secretarias de Educação de três municípios (Lages, Correia Pinto e Otacílio Costa) e realizar o programa Bombeiro Mirim na Escola, que funcionará em moldes semelhantes ao Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), coordenado pela Polícia Militar.

O objetivo é conscientizar as crianças e adolescentes, trabalhando questões como cidadania e disciplina. “Tem uma grade curricular com questões sobre disciplina, cidadania e, dentre eles, há uma parte que trata só sobre trotes. Além disso, está sendo elaborada uma apostila para trabalharmos em sala”, informa Varela.

A iniciativa, apesar de ser implantada somente agora, foi idealizada em 2016 e, naquele ano, foi realizada como projeto-piloto no Centro de Atenção Integral à Criança (Caic) Irmã Dulce, no Bairro Guarujá. Na ocasião, foram disponibilizadas 40 vagas, mas os bombeiros receberam 100 inscrições. “A experiência foi muito positiva. O projeto foi um sucesso e agora terá continuidade”. As aulas, que se iniciam em março, serão oferecidas para alunos do 6º ano e acontecerão em dias alternados, no contraturno escolar.

Números de 2018

Bombeiros Samu

Ligações 35.589 56,146

Trotes 2.011 3,874

Total 91.735 5.885

Fonte: CL mais e Corpo de Bombeiros