sicred
Unifique
Jorge Henrique levanta o 18º troféu do Campeonato Catarinense Divulgação/Site oficial/Figueirense

[dropcap]T[/dropcap]rês anos após a última conquista, o Figueirense volta a fazer do preto e branco a cor do esporte de Santa Catarina. Gustavo Ferrareis, uma das dúvidas alvinegras para a finalíssima do Campeonato Catarinense 2018, foi o herói da conquista ao mostrar o quanto o improvável move o futebol. Foi dele o chute de muito longe que encobriu o goleiro Jandrei, encontrou as redes da  Chapecoense, no começo do primeiro tempo, e decretou a primeira e única derrota verde na Arena Condá. Maikon Leite ampliou no finzinho, fez o placar final de 2 a 0. A Chape perdeu a taça e a oportunidade de conquistar o raro tricampeonato do Campeonato Catarinense. Justamente na última partida do Estadual, diante do maior público em uma partida do Estadual, os 18.064 torcedores que sorriram e choraram no domingo ensolarado em Chapecó.

A alegria e a tristeza provocadas pelo resultado deste domingo é efêmera. O próximo compromisso dos times é o de início de uma nova jornada, o Campeonato Brasileiro. A Chapecoense a quarta Série A consecutiva às 19h de domingo, contra o Atlético-PR na Arena da Baixada. O Figueirense começa a caminhada na Série B às 21h30min de sexta-feira. No Orlando Scarpelli, o adversário será o Juventude.

O jogo

Diferente das partidas na primeira fase, o Figueirense tomou a iniciativa quando tinha o time de verde pela frente. Em cima e com domínio do meio de campo, o Figueira conseguiu um chute torto de Betinho e botou o goleiro Jandrei para trabalhar na aparição de Ferrareis, que não conseguiu finalizar com força. Bem diferente do que fez aos 13 minutos. Depois da batida de lateral, Ferrareis tinha espaço um pouco a frente do grande círculo e percebeu o goleiro Jandrei fora de posição, adiantado. Mandou o chute, mandou bem, mandou na rede. Golaço com colaborada, e que mudaria o cenário da partida.

Atrás no placar, a Chapecoense precisava ir avançar. Afinal, jogava pela primeira vez sem a vantagem que a acompanhou por praticamente todo o campeonato. Também pela primeira vez foi estar em desvantagem dentro de casa. Conseguiu uma resposta rápida. Oito minutos depois da meta vazada, Bruno Pacheco carregou a bola pelo lado esquerdo e mandou o chute que passou perto da trave de Denis.

A partida estava configurada: os donos da casa imprimiam vigor no ataque e o Figueira iria tentar a jogada rápida para tentar ampliar. Foi nessa que o toque de lado de Jorge Henrique resultou em triangulação que voltou ao camisa 10 do Figueira bater forte e sobre o gol. A Chapecoense controlou o nervosismo, tomava conta da posse de bola e quase empatou aos 33. No primeiro grande lance depois de parada técnica, Canteros botou na área para Guilherme, que foi no alto, mesmo marcado e desviou pro gol. Denis botou a ponta dos dedos e a bola para fora para espantar o perigo. A Chape seguiu em cima, na pressão, mas o placar não mexeu.

O intervalo fez a Chapecoense mudar. Era tudo ou nada e o técnico Gilson Kleina tentou tudo com as entradas de Apodi, na vaga de Eduardo na direita, e de Vinícius, o atacante que entrou no posto do volante Luiz Antonio. Era pressão. Enquanto o Verdão tinha presença no campo de ataque, o Figueirense ganhou terreno para contra-atacar. Nada de jogo amarrado no meio de campo. Passados 10 minutos, a Chape conseguiu neutralizar as saídas alvinegras e tomou conta do terreno.

O empate passou perto duas vezes seguidas. Aos 13, Apodi botou para Guilherme na frente do gol. O atacante isolou, sozinho. No minuto seguinte, Wellington Paulista acertou o gol depois de receber e dominar. Mas o goleiro Denis foi no cantinho para defender. As investidas verdes fizeram o grito de “Vamos, vamos Chape” tradicional aos 26 do segundo tempo, em homenagem aos 71 mortos na tragédia em 2016, foi antecipado em 10 minutos para empurrar a equipe ao ataque. Mas o Figueira se segurava bem e por isso Kleina queimou a última alteração pouco depois: entrou Arthur Kaike na vaga de Guilherme.

O Figueirense também mudou peças. João Lucas entrou na vaga de Renan Mota, para emperrar o jogo verde pelo meio, e Pereira apareceu no posto de Betinho, cansado, para dar mais fôlego à marcação preta e branca. Aos 32 minutos, Maikon Leite entrou na vaga de Ferrareis para levar o 1 a 0 até o final. Com sofrimento. Como o causado pela cobrança de falta frontal de Canteros que beijou o travessão de Denis, aos 36. Foi então que o Figueira foi para liquidar a fatura. Em jogada rápida pelo lado direito, o mais utilizado pelo time para chegar ao fundo das redes e no período de tempo em que mais chegou ao fundo do barbante no Estadual, o placar foi ampliado. Maikon Leite deu o último toque na bola, na saída de Jandrei e ficou parado diante da torcida que já comemoravam o 18º título de Catarinense do Figueira.

CHAPECOENSE – 0
Jandrei; Eduardo (Apodi), Douglas, Rafael Thyere e Bruno Pacheco; Márcio Araújo, Amaral, Luiz Antonio (Vinícius) e Canteros; Guilherme (Arthur Caíke) e Wellington Paulista. Técnico: Gilson Kleina.

FIGUEIRENSE – 2
Denis; Diego Renan, Nogueira, Eduardo e Lazaroni; Zé Antônio, Betinho (Pereira), Renan Mota (João Lucas), Jorge Henrique e Ferrareis (Maikon Leite); André Luís. Técnico: Milton Cruz.

Gols: Ferrareis (F), aos 13min do 1ºTempo; Maikon Leite (F), aos 39min do 2ºTempo.
Cartões Amarelos: Wellington Paulista e Amaral (C); Renan Mota, Nogueira, Jorge Henrique, André Luís (F).
Público: 18.064 torcedores.
Renda: R$ 544.545,00.
Arbitragem: Bráulio da Silva Machado, auxiliado por Kleber Lúcio Gil e Helton Nunes. Árbitro de vídeo: Rafael Traci, auxiliado por Carlos Berkenbrock.

Fonte: Diário Catarinense