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[dropcap]O[/dropcap] vice-prefeito de São Joaquim, Maurício Yamashiro, afirmou em entrevista no Programa Navalhadas,  que não foi notificado ou intimado a responder qualquer ação perante ao Poder Judiciário. Mauricio chegou a prestar esclarecimentos à Justiça. Mas não sabia que havia se transformado em processo. Também informou que o seu advogado foi acionado para esclarecer os fatos.

Ele é suspeito de participar de um esquema que facilitaria a transferência de pacientes em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para o atendimento prioritário. “Fiquei sabendo pelas redes sociais”, afirma. Caso a intimação ocorra, tem certeza que será inocentado de qualquer acusação.

vice-prefeito lembra que chegou a prestar esclarecimentos à Justiça. Mas não sabia que havia se transformado em processo. Também informou que o seu advogado foi acionado para esclarecer os fatos.

O processo se refere a um caso ocorrido entre 2015 e 2016, quando uma mulher necessitava de uma cirurgia no quadril com urgência, e teria procurado por ele. Na época, ainda vereador, procurou os órgãos municipais como a Secretaria Municipal de Saúde.

Sem resposta no município de São Joaquim, contou a situação da paciente para o assessor parlamentar da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), Sérgio Samuel. Este, por sua vez, teria feito o encaminhamento para a cirurgia juntamente com um médico, o qual informava que realizava o procedimento cirúrgico de forma particular. Porém, cobraria um valor acessível da paciente.

O vice-prefeito diz ter sido pego de surpresa, quando soube que o assessor e o médico realizavam o procedimento em desacordo com a lei. “Jamais quis ou permitiria, caso soubesse, que tal procedimento foi ao arrepio a lei [ilegal]”, afirma.

E diz que “nunca houve anuência para que isso acontecesse”. “Afirmo e reafirmo que sempre prestei meus serviços junto à comunidade joaquinense com a presteza, ética e respeito, sem cobrar por isso.”

 

Investigação

De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina, a investigação envolve diversas pessoas no esquema de fraude para burlar a fila do SUS, em Santa Catarina. Em 2014, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) desencadeou a Operação Hígia, para investigar fraudes no sistema público de saúde em Santa Catarina.

 

O esquema

O esquema tinha como objetivo agilizar o agendamento de cirurgias de alta complexidade – especialmente as cardíacas e de redução do estômago. Um assessor parlamentar da Alesc possuía conhecimento do funcionamento do SUS, e usou diversos pacientes que precisavam de cirurgias eletivas. Pelos trâmites normais, deveriam aguardar na fila de espera do SUS até serem atendidos.

Durante a investigação, a polícia e o Ministério Público constaram que cada paciente pagava, em média, de R$ 5 mil a R$ 10 mil para burlar a fila de espera do Sistema de Regulação Estadual (Sisreg) da Superintendência de Serviços Especializados e Regulação. Os procedimentos cirúrgicos eram feitos tanto em hospitais do Estado, quanto de fora.

Na época, o assessor parlamentar, citado por Yamashiro, foi exonerado de seu cargo na Alesc, e também foi detido. Ele trabalhava com o então deputado estadual Altair Guidi (PPS), falecido em janeiro deste ano.

Texto: CL Mais