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Fonte: DC

[dropcap]C[/dropcap]om dois surtos no país, baixas coberturas e uma campanha nacional de imunização prestes a começar, o sarampo voltou à pauta. Com isso, também começou a circular em redes sociais alertas para vacinação contra a doença – alguns com informações equivocadas. É importante destacar que quem já teve a doença ou tomou as duas doses quando criança está imune e não precisa mais se vacinar.

Segundo a recomendação oficial, por ser de alto contágio, é preciso que pelo menos 95% das pessoas tenham sido vacinadas no Brasil para que o sarampo não se espalhe. Caso contrário, basta ter uma única pessoa não vacinada em uma cidade para que o vírus trazido por um infectado circule.

E isso não está acontecendo. A cobertura da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, ficou pela primeira vez abaixo da meta no Estado em 2017. Apenas 85% das crianças tomaram a dose no ano passado. A tetraviral, que protege também contra varicela,teve apenas 77,7% de cobertura.

Com o cenário de baixas coberturas em todo país, entre os dias 6 a 31 de agostoocorre a Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo e a poliomielite em todo o país. Durante esse período, os postos de saúde da rede pública oferecerão as doses para crianças de 1 ano até 4 anos 11 meses e 29 dias. O ‘Dia D’ será realizado em 18 de agosto, quando todos os postos de saúde da rede pública de Santa Catarina estarão abertos das 8h às 17h.

Casos da doença

Em Santa Catarina, o último caso de sarampo registrado foi em 2013, importado de São Paulo. Neste ano, segundo a Dive-SC, não há nenhum casos suspeito ou em investigação da doença. Mas segundo o Ministério da Saúde, o país enfrenta pelo menos dois surtos de sarampo: em Roraima e no Amazonas.

Até o dia 27 de junho, foram confirmados 265 casos de sarampo no Amazonas, sendo que 1.693 permanecem em investigação. Já Roraima confirmou 200 casos da doença, enquanto 179 continuam em investigação. Casos isolados foram identificados nos estados de São Paulo (1), Rio Grande do Sul (6); e Rondônia (1). Outros estados têm casos suspeitos, mas que ainda não foram confirmados.

Confira as principais informações sobre sarampo e vacinação contra a doença. As respostas são do Ministério da Saúde e da chefe da Divisão de Imunização da Dive/SCArieli Fialho:

O que é sarampo?
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral. É grave e extremamente contagiosa.

Quais são os sintomas?
Febre alta (acima de 38,5°C); dor de cabeça; manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, tosse; coriza; conjuntivite; manchas brancas que aparecem na mucosa bucal.

Como a doença é transmitida?
Pela fala, tosse e espirro. Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. Porém pode ser prevenida com vacina.

Quem deve tomar a vacina contra o sarampo?
Crianças a partir dos 12 meses de idade, adolescentes e adultos até 49 anos de idade. Para crianças é administrada aos 12 meses com a vacina tríplice e aos 15 meses de idade deve receber uma segunda dose com a vacina tetraviral. Se não foram vacinados anteriormente, adolescentes e adultos até 29 anos de idade devem receber duas doses da vacina tríplice viral. A partir de 30 até 49 anos de idade, se não vacinados anteriormente, devem receber uma dose. Profissionais de saúde, independente da faixa etária, devem receber duas doses.

Para quem é contraindicada?
Gestantes, pacientes imunodeprimidos, história de anafilaxia após aplicação de dose anterior da vacina ou a algum componente.

Quais as diferenças entre tríplice viral e tetraviral? Quais das duas precisam tomar?
A vacina tríplice viral protege contra sarampo, caxumba e rubéola; a vacina tetraviral, além dos componentes sarampo, caxumba e rubéola protege também contra a varicela. Crianças devem receber uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses e uma dose da vacina tetraviral aos 15 meses, podendo a vacina tetra viral ser administrada até 4 anos de idade. Adolescentes e adultos devem receber a vacina tríplice viral.

Se a pessoa já teve a doença, não precisa tomar a vacina?
Não, mas é importante saber que além do sarampo, a vacina tríplice viral protege também contra rubéola e caxumba. Além disso, deve-se considerar que existem muitas doenças com sinais e sintomas semelhantes e na incerteza de que de fato teve sarampo, e não comprova a situação vacinal é melhor vacinar, de acordo com a idade acima recomendada.

Se tomou duas doses quando criança, não precisa mais tomar?
Sim, independente da idade que foi vacinada, pessoas de 1 a 29 anos de idade  que comprovem duas doses  da vacina, não é necessário receber nova dose. Da mesma forma, pessoas com 30 a 49 anos de idade, se comprovar uma dose de vacina, não necessitam ser vacinadas

Tenho mais de 50 anos e não tomei a vacina, preciso tomar?
Caso você vá viajar para área com circulação do vírus, deve receber uma dose. Em caso de bloqueio para suspeita de sarampo, pessoas com mais de 50 anos de idade também devem receber a vacina.

Há efeitos adversos?
Apesar de pouco frequente e incomparável aos riscos da doença, podem ocorrer manifestações locais como ardência de pouca duração, vermelhidão e enduração. Manifestações sistêmicas como febre, irritabilidade, conjuntivite e/ou manifestações catarrais e exantema. Muito raramente pode ocorrer linfadenopatia, inflamação das meninges, manifestações hemorrágicas e anafilaxia à algum componente da vacina.

Grávidas precisam ter cuidados com a vacina?
A vacina tríplice viral está contraindicada para gestantes. Entretanto, é importante que se não comprovar a vacinação antes da gravidez, deve ser vacinada após o parto.

Se a pessoa não tem caderneta de vacinação e não lembra se tomou a vacina, o que devr fazer?
Todo indivíduo sem comprovante vacinal deve receber uma e/ou duas doses da vacina, dependendo da faixa etária.

Pessoas que usaram medicamento imunossupressores e que fazem uso de quimioterápicos contra câncer podem tomar a vacina depois de quanto tempo?
Pacientes em uso de quimioterapia só devem ser vacinadas após três meses da suspensão do tratamento; no caso de utilização de medicamento imunossupressores o médico deverá ser consultado para avaliar o risco de interrupção do tratamento e o intervalo mínimo. Pacientes transplantados de medula óssea devem receber a vacina de 12 a 24 meses após o transplante.

Existe algum risco se tomar uma dose extra? 
Não.

Essas vacinas estão sempre disponíveis nos postos de saúde? Então qual a diferença para a campanha que começa dia 6 de agosto?
A vacina está disponível nas Unidades de Saúde, durante o ano todo. A campanha é indiscriminada, é uma estratégia que em todo país acontece em períodos ao redor de cada quatro anos e tem como objetivo vacinar todas as crianças de 1 a 4 anos de idade, resgatar crianças não vacinadas, reduzir possíveis falhas vacinais primárias aumentando, consequentemente a proteção da população. Todos devem procurar a Unidade da Saúde para avaliação da caderneta de vacinação.

Quem deve se vacinar na campanha programada para de 6 a 31 de agosto?
Toda criança de 1 à 4 anos 11 meses e 29 dias deve comparecer ao posto de vacinação  para receber uma dose da vacina tríplice viral e uma dose da vacina contra poliomielite.

Onde as pessoas podem se vacinar?
Em todas as unidades de saúde.

O que devem levar?
Documento de identificação e a caderneta de vacinação.