A partir de outubro, o auxílio emergencial criado pelo governo federal para socorrer os mais vulneráveis durante a pandemia será de R$ 300, valor que é a metade dos R$ 600 distribuídos até então. O programa serviu como uma muleta para combater a fome e sustentar os negócios em um período de reclusão domiciliar, mas é considerado caro peloPalácio do Planalto e, por isso, precisará acabar para ser substituído por uma nova ação social.
Segundo o Ministério da Economia, o pagamento do auxílio custa cerca de R$ 50 bilhões por mês. Com o corte, a economia “perderá” R$ 25 bilhões, o que deve afetar o consumo das famílias e consequentemente a produção da economia brasileira.
Santa Catarina é o estado que menos recebeu proporcionalmente o auxílio, de acordo com dados do IBGE. Foram beneficiados algo em torno de 25% dos domicílios, contra uma média nacional de 43%. Isso corresponde a 620 mil residências catarinenses.
“É um momento muito delicado. Retirando esse valor muitas pessoas vão voltar para a linha da miséria. Haverá um baque com essa redução. Os R$ 600 ajudaram muito. Pessoas começaram a colocar as dívidas em dia para voltar a ter crédito e a consumir”, disse o assessor institucional da Federação das CDLs de SC (FCDL/SC), João Carlos Dela Roca.
“Este recurso teve sua importância, principalmente pelas camadas mais pobres e que usaram os valores para comprar alimentos. Santa Catarina está inserido neste contexto, mas não de forma tão significativa como outros estados. A tendência é de que a recuperação de empregos absorva a mão de obra atualmente desempregada”, disse o presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Paulo Cesar Lopes.
Mesmo com a menor participação no auxílio, Santa Catarina pode sofrer com a redução principalmente na indústria. Isso porque o setor depende, em grande parte, do mercado de consumo do restante do país.
“O impacto vai ser bastante grande, mas já passa a ser compensado pela abertura da economia. O efeito será menor do que se tivesse acontecido dois meses atrás, por exemplo. Além disso, esse degrau dos R$ 300 é importante para não gerar um prejuízo maior”, afirmou o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior. “Esse auxílio talvez tenha sido a iniciativa mais importante do governo federal durante a pandemia”, acrescentou